Ronaldo Fenômeno participou da edição de estreia da décima temporada do talk show The Noite com Danilo Gentili, no SBT. O programa foi exibido na noite de 13 de março, segunda-feira.
Entre várias declarações, o ex-jogador falou sobre a parceira com Romário na década de 1990. Não apenas nos campos, mas principalmente fora deles.
“O Romário sempre abusava dos garotos. Na época, o bullying era muito mais aceitável na sociedade, hoje em dia não é tão assim… Em 1994, eu olhava o Romário, observava ele a cada minuto do dia. Como se comportava, treinava, quando ele treinava (risos). Como ele se movimentava no campo, como lidava com a imprensa. O Romário foi um grande professor para mim. Até nos bullyings”, afirmou.
A dupla Ro-Ro era a grande esperança da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1998, mas Romário foi cortado por lesão. Coube a Ronaldo, com 21 anos, ser a grande referência do time em campo. A seleção acabou vice-campeã ao perder a final para a França por 3 a 0, em jogo marcado pela convulsão sofrida por Ronaldo horas antes do pontapé inicial.
Leia também:
- Gunther Schweitzer denunciou venda da Copa de 1998… Ou não?
- Zé Carlos, camisa 13: Matonense, Copa de 1998 e política no MT
- Romário ganhou folga de Carnaval no Barcelona depois de arrebentar em 45 minutos. Verdade ou lenda?
- Copa de 1994: o que você fez além de sucesso, Massaro?
“(O episódio da convulsão) foi um aprendizado incrível para mim. De um tempo para cá, eu enxergo muito diferente quando vejo aquela época. Copa do Mundo é uma pressão muito grande, seleção brasileira… Hoje em dia está muito atual a saúde mental dos atletas, não tinha absolutamente nada disso naquela época”, afirmou Ronaldo.
Ronaldo daria a volta por cima ao conquistar a Copa do Mundo de 2002. Aposentado dos gramados desde 2011, quando defendeu o Corinthians, o ex-camisa 9 mudou de lado e virou empresário no mundo do futebol. Tornou-se acionista majoritário do Valladolid (Espanha) em 2018 e da SAF do Cruzeiro no fim de 2021.
“Já tinha um tempo que eu pensava em continuar minha vida no futebol. Não queria ser treinador de jeito nenhum, acho que é uma profissão extremamente difícil e ingrata… Aí eu falei: ‘Vou pra cima comprar um clube’. E fiz isso com o Valladolid, que deu super certo. Estamos fazendo um projeto incrível, com o time na primeira divisão”, disse, embora sua gestão tenha sido alvo de protestos por parte dos torcedores espanhóis em 2023.
“E agora tem o Cruzeiro, que, a partir do nascimento dessa lei da SAF, surgiu a oportunidade. Me joguei e falei: ‘Cara, sou capaz. Vou ressuscitar o Cruzeiro, fazer um investimento e vencer essa também’”, completou.
Confira outros temas abordados na conversa:
Penteado da final da Copa 2002
Aquele corte de cabelo foi tão fenomenal, mas não faria mais. Não era para ter feito, foi uma brincadeira. Fui no corredor e a molecada disse: ‘Que coisa horrível, ridícula, tira isso, pelo amor de Deus’, Me desafiaram e eu deixei. Estava com uma dor no adutor e não sabia se iria jogar ou não. Me tratei o dia inteiro e eu fui para o campo com o corte. A notícia virou o meu cabelo. Ninguém falou do adutor. A proporção foi gigante, tiveram mães me atacando em todo lugar do mundo (risos).
Corinthians
Quero dizer que, além do personagem Ronaldo Fenômeno e todo minha história, eu também sou um torcedor muito identificado com o Corinthians.
Balanço da carreira
Queria ter sido muito mais. Se não tivesse tido tantos problemas com os meus joelhos, acho que eu teria feito ainda mais. Acho que fiquei uns cinco anos ao todo afastado por causa das lesões. A vida de jogador de futebol não era fácil… Comparando com a atualidade, a gente vê o Messi, Cristiano Ronaldo, a consistência da carreira deles. Também sei que eles se cuidaram muito mais do que eu me cuidei, mas eu tenho muito mais histórias para contar do que eles dois juntos (risos).
Comentários