Texto escrito por Davi Saito (Por Fora das Quatro Linhas @pfqloficial)
Após falarmos sobre o Gama, time tradicional do futebol candango, vamos continuar no Centro-Oeste e falar do Luverdense, time que chegou à Série B rapidamente, mas está passando por uma reformulação após um declínio. Vem com a gente!
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Histórico
Em janeiro de 2004, o presidente da Federação Matogrossense de Futebol, Carlos Orione, convidou a cidade de Lucas do Rio Verde, a 332 km de Cuiabá, para disputar o estadual. Assim, para representar a cidade na disputa, nasceu o Luverdense Esporte Clube.
Naquele mesmo ano, veio a primeira conquista do clube, que foi a Copa Governador (atual Copa FMF). O título deu o direito à equipe de disputar a Série C de 2005. Alguns anos depois, em 2008, o Alviverde voltaria a disputar a C e, com uma campanha honesta, evitou o descenso para a Série D, que surgiria no ano seguinte, garantindo a permanência na terceira divisão nacional para 2009, ano no qual conquistou seu primeiro estadual.
Em 2010, o LEC disputou a Copa do Brasil, sendo eliminado pelo Coritiba. Dois anos depois, sagrou-se bicampeão do Mato Grosso ao vencer o Cuiabá nos pênaltis. No ano seguinte, o Luverdense fez uma campanha história na Copa do Brasil, passando por Tupi, Fortaleza, Bahia e vencendo o Corinthians em Lucas do Rio Verde, mas os paulistas venceram na volta. Porém, o feito mais histórico de 2013 foi o acesso para a Série B ao chegar nas semifinais da Série C, caindo para o Santa Cruz.
No período de 2014 a 2017, o LEC teve alguns feitos memoráveis na Série B, como uma vitória contra o Vasco por 2 a 1 na Arena Pantanal, em Cuiabá, mas não conseguiu o acesso. Além disso, foi tricampeão estadual em 2016 e conquistou sua única Copa Verde em 2017.
Porém, a partir daí, as coisas caminharam bem mal…
Declínio e trocas de direção
Em 2017, o Alviverde foi rebaixado para a Série C ao terminar com 44 pontos e na 17ª colocação. A partir de então, o Luverdense enfrentou sérias dificuldades, como afirmou o ex-presidente do clube, Helmute Lawisch, segundo uma reportagem no Futebol na Veia: “Desde 2017 para cá, o negócio começou a degringolar, decadência do Luverdense, e culmina agora nesses dias numa situação extremamente difícil, horrível, chata”.
Em 2018, já com o orçamento bem reduzido devido à perda das cotas televisivas da Série B, o Alviverde fez uma campanha fraca na Série C, sem chegar ao mata-mata. No ano seguinte, veio uma boa campanha na Copa do Brasil, eliminando Corumbaense, Figueirense e caindo para o Fluminense; porém, o Luverdense fez 13 pontos em 18 jogos na Série C e foi rebaixado à Série D. Em 2019 houve até uma ameaça de fechar as portas.
Eis que chegamos a 2020. Helmute, então presidente, teria que sair por conta do estatuto, mas o clube demorou a eleger uma nova mesa diretora, o que afugentou patrocinadores, tamanha a desordem da gestão. Assim, o filho de Helmute, Guilherme, foi eleito mandatário da equipe.
2020, ano de pandemia. Podemos dizer que a Covid-19 foi o “tiro final” à Luverdense. Com a crise financeira piorando, o clube desistiu de disputar a Série D naquele ano. Segundo disse o GE, a própria família Lawisch não estava mais interessada no futebol. Cabe uma fala do ex-vice-presidente Jaime Binsfeld ao Lance!: “Por mais que Lucas do Rio Verde seja muito forte no ramo do agronegócio, a impressão é de que não querem mais o Luverdense aqui!”.
Assim, em 2021, o próprio Jaime Binsfeld assumiu a presidência da equipe após a renúncia de Guilherme, mas não obteve muito sucesso, já que, pelo que uma matéria do GE diz, Guilherme retornou ao clube em 2022 (não encontramos notícias sobre o processo).
Saindo um pouco do campo da gestão, é importante ressaltar que, como Lucas do Rio Verde é uma cidade do interior do Mato Grosso (que é imenso territorialmente e, assim, distante dos grandes centros), não havia grande interesse da mídia pelo clube, que dependia muito do âmbito local para se manter. Isso cria uma enorme dificuldade em obter renda e segurar jogadores importantes, tornando a manutenção da equipe um grande desafio.
Atualmente e perspectivas
Em meio à baderna política, que é bem difícil de ser compreendida, o Luverdense realizou eleições no final de 2022, com Aluízio Bassani sendo eleito. Com um clube totalmente destruído, Bassani disse que o período será de reconstrução, pois a equipe não tem capacidade de realizar grandes investimentos.
Na temporada 2023 o Verdão chegou à semifinal do estadual, perdendo para o Cuiabá. Disputou o 3º lugar contra o Mixto, venceu por 2 a 1 no placar agregado e, com isso, garantiu vaga na Série D de 2025.
Na Copa Verde o Luverdense caiu para o Vila Nova.
Conclusão
O Luverdense foi mais uma vítima de gestões desorganizadas, de crises políticas e econômicas e das dificuldades de se criar uma equipe longe dos grandes centros urbanos sem apoios financeiros. Dessa forma, a equipe sumiu do cenário nacional e caminha lentamente no estadual. Agora, a meta é chegar perto do patamar que outrora teve. Vale se inspirar no Cuiabá, seu “arquirrival”?
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