O Brasil é o país mais limpo no uso de doping, no que se refere às Olimpíadas. É o que revela um estudo realizado por Inês Ferreira e Cristiana, que fazem estudos esportivos relacionados ao Brasil.
Segundo a pesquisa, o país canarinho é o mais limpo na categoria há 20 anos, detendo o recorde olímpico. Uma curiosidade é que 50% do uso de doping é relacionado ao atletismo.
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Das últimas cinco Olimpíadas, foi revelado que 53% dos casos de doping vem do atletismo – por conta disso, o Brasil nunca teve perda de medalhas. Por exemplo: Rússia, Ucrânia e Bielorrúsia têm um total – somando os três países – de 56 medalhas despojadas por conta da dopagem dos atletas. Com a enorme maioria no atletismo.
O hipismo também é conhecido por ser uma modalidade em que seus atletas foram pegos por doping. Para ser mais preciso, na Europa, em 43% dos casos de doping são relacionado à modalidade, tanto pelo fato dos atletas usarem drogas por si ou usando-as seus cavalos, procurando melhorar o desempenho nas competições.
Um caso que merece destaque é da colombiana María Luisa Calle, na Olimpíada de 2004, em Atenas (Grécia). A latina testou positivo para heptaminol (substância proibida) e teve sua medalha retirada, mas conseguiu provar que o teste estava incorreto e teve a sua medalha devolvida, caso raro de acontecer. Somente quatro medalhistas na história das Olimpíadas conseguiram tal feito.
O estudo mostra também que o maior número de casos de doping (42% correspondendo a 50 atletas) ocorreu nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, devido principalmente ao escândalo russo. No entanto, a Rússia mostra capacidade de se recuperar, sendo a segunda a conquistar o maior número de medalhas subsequentes em outras competições igualmente principais (26 no total). Irlanda (32) e Itália (32), encontram-se em primeiro lugar.
Segundo essa análise, a ginasta romena Andreea Răducan é a atleta mais jovem a testar positivo para doping nas Olimpíadas com apenas 17 anos. Ela encontra-se nos 26% de atletas que viram sua medalha de ouro ser retirada. Além disso, as penalidades são aplicadas para aqueles que desafiam a lei. E o estudo revela que o banimento vitalício é a terceira punição mais empregue.
Essas penalidades foram maioritariamente atribuídas a atletas do sexo feminino (83%), na média dos 29 anos, na categoria de atletismo (71%). Aqui, a Rússia lidera com 57%, seguida dos Estados Unidos (29%) e da Ucrânia (15%). Este estudo analisa as estatísticas de doping nas últimas cinco edições olímpicas (2000-2016) para trazer uma visão global e detalhada de todos os países cujos atletas tiveram suas medalhas retiradas devido ao uso de doping.
Para saber mais sobre o estudo
Caso deseje saber mais sobre o estudo, basta entrar em contato direto com a Inês, pelo e-mail ines@kafe.rocks.
Metodologia: Os medalhistas olímpicos referenciados foram vistos na Wikipedia, desde a última edição dos Jogos Olímpicos de Verão de 2000, em Sydney, até a mais recente edição dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
O perfil analisado de cada atleta e os dados relevantes foram coletados na categoria de medalhas confiscadas (ouro, prata ou bronze); o número de medalhas anteriores ganhas antes do evento de medalhas despojadas, bem como medalhas subsequentes ganhas; penalidades recebidas e o número total de outras medalhas eventualmente retiradas.
A coleta de dados também inclui dados demográficos como nacionalidade, sexo e idade. As comparações desenvolvidas para este estudo se concentram apenas nas edições dos Jogos Olímpicos de Verão de 2000 a 2016.
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