Mudou de nome, de divisão, mas segue com o mesmo dono. Hoje, o time que um dia teve os veteranos Romário e Zinho no elenco se chama Fort Lauderdale Strikers e segue sendo gerido pela Traffic Sports, empresa de marketing esportivo que negocia direitos televisivos de torneios sul-americanos e comanda clubes e carreiras de jogadores no Brasil e no exterior. Porém, já não concentra mais seu foco em atletas brasileiros e trocou o terceiro escalão do soccer (USL, onde jogava a primeira divisão) pelo segundo (NASL, onde joga a segunda). As mudanças ocorreram em 2011, ano em que a Traffic passou por sérios abalos financeiros. Mesmo assim, o grupo ainda mantém o time americano, o Estoril (Portugal) e o Desportivo Brasil (Porto Feliz-SP), além de direitos econômicos de inúmeros atletas.
Fundado em 2006, o Miami FC começou apostando em trazer nomes brasileiros para reforçar sua identidade com a comunidade latina da Flórida. Zinho foi trazido pouco antes de Romário e ambos jogaram a temporada de estreia da equipe – a melhor de sua história enquanto Miami FC, onde atingiu as quartas-de-final. Depois, Romário seguiu para a Austrália, enquanto Zinho ficou, jogou mais alguns anos e encerrou sua carreira para se tornar treinador e depois dirigente – hoje, ocupa esta função no Santos. O zagueiro Junior Baiano foi outro brasileiro de renome a defender o clube da Flórida, em 2009.
A pouca empolgação do público local com a equipe, porém, fez a diretoria do Miami FC mudar de estratégia. Em 2011, trocou de liga e mudou o nome para Fort Lauderdale Strikers, reativando uma marca tradicional, extinta pouco mais de uma década antes.
O resultado foi imediato: a média de público passou de 1.400 torcedores nos anos anteriores para 3.900 nos três últimos anos, e melhorou a performance da equipe, que nunca havia ficado entre os primeiros e depois da mudança de nome chegou a uma final (2011, quando foi vice). Em 2013, terminou a Spring Season (turno) em sétimo e a Fall Season (returno) em quinto – o NY Cosmos foi o campeão.
Atualmente, três desconhecidos brasileiros defendem as cores do Strikers: Wellington Pecka, meio-campo de 24 anos revelado no Flamengo e com passagem pelo CFZ; Rafael Alves, zagueiro de 28 anos com passagens por Ituano e Goiás; e Paulo Júnior, atacante de 24 anos formado no Ituano e com passagens por Vancouver Whitecaps e Real Salt Lake, ambos da MLS. Pecka costuma ser o capitão da equipe, que realizou um amistoso com o futuro campeão brasileiro Cruzeiro durante a pausa para a Copa das Confederaçoes, em junho – uma derrota por 4 a 0.
O grande adversário do Strikers é o Tampa Bay Rowdies, com quem mantém a rivalidade desde os anos 70, quando os times originais jogavam pela antiga NASL. No entanto, os times que fazem o clássico da Flórida estão ameaçados na briga por popularidade, já que o Orlando City Soccer, que tem como um dos sócios o brasileiro Flávio Augusto da Silva, acaba de anunciar a subida do terceiro escalão do soccer americano (USL Pro) para a elite (MSL).
Outra grande ameaça para o futebol da região são as informações de que o ex-jogador David Beckham pode escolher Miami para ser a sede de sua franquia na MLS. Com isso, o temor é que parte dos fãs do Strikers e do Rowdies passem a privilegiar a compra de carnês para a temporada da principal divisão do torneio, de melhor qualidade técnica e maior repercussão. Se isso acontecer, talvez nem o agora deputado Romário consiga salvar o ex-Miami FC do fim.
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