Hoje Paulo Dybala é um dos melhores jovens do futebol mundial, campeão italiano e decide jogo contra o Barcelona na Liga dos Campeões. Mas você lembra de quando ele jogou ele no futebol argentino? Poucos lembram, pois esse é o traço mais alternativo na carreira de Dybala.
O pai de Dybala sempre estimulou os três filhos a virarem jogadores de futebol. Um deles, Mariano, chegou a jogar pelo Estudiantes. Mas só Paulo vingou. Começou no clube da cidade local, Sportivo Laguna Larga, mas depois passou em um teste no Instituto Córdoba, com uma curiosidade: foi para o tal teste com uma camisa do Boca Juniors e por isso levou uma bronca. Mas Santos Turza, o homem que o observou naquele dia, disse que demorou apenas dez minutos para ter certeza que Paulo poderia virar um grande jogador.
Quase houve um problema no caminho para o sucesso: Adolfo, o pai de Paulo, morreu quando o garoto tinha apenas 15 anos. Era ele que levava o filho aos treinos, que ficava a 49 km de distância, então a carreira do jovem quase acabou ali. Porém, o Instituto convenceu Paulo a morar em seu alojamento e resolveu o problema.
Em 2011, com o Instituto mais uma vez na segunda divisão, Dybala passou a treinar entre os profissionais. Mas aquela não foi uma “Primera B Nacional” comum: o gigante River Plate tinha sido rebaixado e atraiu muita atenção para o campeonato.
Foi nesse cenário de grande visibilidade que Dybala recebeu as primeiras oportunidades como jogador profissional. Ele lembra que, na primeira partida que fez, ficou com medo e calado no ônibus, mas recebeu muito apoio dos jogadores. E é muito grato por isso: “se eu me tornei um bom jogador de futebol, devo ao Instituto. É meu time favorito, mesmo que esteja na segundo divisão”. Claro que o clube de coração de Dybala é o Boca, mas dá para entender o que ele quis dizer.
Uma semana depois da estreia, Dybala já fez o primeiro dos 17 gols que marcou naquela competição. Ele viveu grandes momentos: fez dois hat-tricks, marcou o gol 1000 da história do Instituto e quebrou recordes de Mario Kempes, outro grande jogador argentino formado no Instituto.
Em uma das partidas que fez hat-trick, ou triplete, como chamam na Argentina, Dybala tentou levar a bola do jogo para casa. Mas uma pessoa se aproximou e pediu para ele devolver, por causa do alto custo da pelota.
E o conto de fadas não foi completo para Dybala: na última rodada, o Instituto perdeu para o Ferro Carril em casa e não conseguiu o acesso direto à primeira divisão. Ainda disputou duas partidas contra o San Lorenzo pela “promoción”, mas também foi derrotado. Existem relatos de que ele saiu de campo chorando naquele dia.
Depois dessa segunda divisão argentina cheia de visibilidade, é claro que times europeus enxergaram o talento do jovem Dybala e correram para contratá-lo. Jornais disseram que era o “novo Messi”, o “novo Agüero”, o “novo Kempes” e todos esses apelidos que normalmente zicam jovens promessas.
Em uma transferência polêmica, porque foi negociado antes com o grupo inglês Pencihill Limited, o Palermo conseguiu vencer a concorrência e contratá-lo. O resto da história é mais conhecida por todos…
Mas Dybala não abandona o Instituto. Após brilhar no jogo contra o Barcelona, por exemplo, ele publicou uma foto da camisa do clube no Instagram. Pouco antes tinha agradecido por uma pintura que ganhou no estádio do time.
Recentemente Dybala prometeu a voltar a jogar no time de Córdoba. É claro que isso vai demorar, ele ainda tem muita história para fazer na Europa. Mas por aqui a gente já imagina como vai ser novamente Dybala em um time que normalmente está na segunda divisão. Com certeza vai ser atípico de novo e quem sabe dessa vez com um final mais feliz.
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