Ao longo de décadas, tem sido comum ver Milton Cruz assumir interinamente o São Paulo quando um treinador deixar o clube. Assistente técnico do time desde 1997, ele já comandou a equipe em dezenas de ocasiões (sem exagero ), sempre de maneira discreta, enquanto a diretoria tricolor contrata outros treinadores.
Mas mesmo fora do São Paulo, o papel de “bombeiro” não é novo para Milton. Entre o fim da década de 1970 e o começo dos anos 1990, Milton Cruz foi um meia-atacante com passagens por vários times de destaque, inclusive a seleção brasileira. O problema é que ele nunca conseguiu se livrar da pecha de substituto.
Nascido em 1º de agosto de 1957, Milton Cruz chegou às categorias de base do São Paulo em 1975, depois de passar por clubes menores. Em 1976, ele conquistou a artilharia do Campeonato Paulista de aspirantes, o que valeu a ele uma vaga na equipe principal no ano seguinte. Entre 1977 e 1979, disputou uma vaga no ataque com nomes como Serginho Chulapa e Mirandinha, mas sem superar os concorrentes.
Entre 1979 e 1983, passou por Tecos (México) e Nacional (Uruguai). Neste último, compunha os elencos que venceram os títulos nacionais de 1980 e 1983, bem como a Copa Libertadores de 1980. Ainda em 1983, assinou com o Internacional, voltando ao Brasil. No ano seguinte, no Japão, venceu a Copa Kirin com o clube, marcando contra as seleções do Japão e da Irlanda.
No Internacional, Milton Cruz teve a chance de defender a seleção brasileira nas Olimpíadas de 1984. Por opção do técnico da seleção olímpica, Jair Picerni, o Inter foi a base do Brasil que viajou aos Estados Unidos para disputar o futebol masculino – o Fluminense era a primeira escolha de Picerni, mas os jogadores estavam concentrados em compromissos com o clube e não puderam defender o Brasil.
Milton então viajou aos EUA ao lado de companheiros como o goleiro Gilmar, os zagueiros Mauro Galvão e Pinga, o lateral esquerdo André Luís, os volantes Dunga e Ademir e os atacantes Kita e Silvinho. Reserva, o camisa 17 não marcou gols, mas saiu do banco em três jogos: contra Arábia Saudita (vitória, 3 a 1), Itália (vitória, 2 a 1) e França (derrota, 2 a 0). O time acabou vice-campeão.
Entre 1985 e 1987, Milton Cruz atuou por Sport, Catuense e Náutico, antes de se mandar para o Japão. Ali, entre 1988 e 1989, jogou por Yomiuri (atual Tokyo Verdy) e Nissan (posteriormente o Yokohama Flügels). Em 1989, voltou ao Brasil, assinando com o Botafogo – aliás, também do banco de reservas, viu o time conquistar o Campeonato Carioca de 1989, encerrando um jejum de 21 anos sem títulos.
Em 1990, no fim da carreira, voltou ao Japão e assinou com o Sumimoto Metals (que passaria a se chamar Kashima Antlers em 1991), mas sem conquistar títulos em suas passagens pelo futebol japonês. Em 1993, encerrou a carreira jogando pelo Oklahoma City Slickers , que jogava na United States Interregional Soccer League (USISL) .
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