A carreira de Ronaldinho foi construída com passagens por grandes times: Grêmio, Paris Saint-Germain, Barcelona, Milan, Flamengo e Atlético-MG são grandes expoentes nacionais e até internacionais. Mas depois de passar por esses clubes, o craque teve uma passagem pelo pequeno Quéretaro, do México, algo que pode ser considerado alternativo e até obscuro. Afinal poucos acompanharam tudo que aconteceu por lá. Mas agora que o “Bruxo” se aposentou de vez, vale a pena lembrar cada detalhe da carreira brilhante dele.
Em julho de 2014, após desgastes no Atlético-MG, Ronaldinho resolveu sair. Ele foi especulado em uma infinidade de clubes durante um mês. Mas em setembro apareceu o Querétaro. É um clube pequeno do México, mas que tinha sido comprado por Olegario Vázquez Aldir, um magnata emergente da mídia. Ele resolveu bancar a contratação do astro.
E a estreia foi desastrosa: Ronaldinho fez o primeiro jogo contra o Tigres e perdeu por 1 a 0. Ele poderia ter evitado a derrota, mas errou uma cobrança de pênalti. E o primeiro gol dele pelo Querétaro saiu pouco depois, justamente em um pênalti também.
E o começo de Ronaldinho também foi marcado por uma polêmica sobre racismo: um político mexicano, Carlos Trevino, chamou o atacante de “macaco” pelo Twitter. O brasileiro reclamou e depois houve um pedido de desculpas. Mas é claro que foi um fato lamentável demais.
A passagem de Ronaldinho também foi marcado por diversos casos de indisciplina. O mais famoso aconteceu em dezembro, pois ele deveria se apresentar no dia 8 para começar a preparação para a temporada seguinte. O atacante só chegou no dia 26 e ainda foi liberado para resolver “problemas pessoais” em seguida. Eis que, no Reveillon, ele apareceu cercado de mulheres em uma foto. Que ótimo problema pessoal! Ronaldinho só se reapresentou de fato no dia 6 de janeiro, quase um mês depois do previsto.
Mas o ano de 2015 foi melhor para Ronaldinho e para o Quéretaro. De cara, em março, eles já conquistaram um pequeno título, a Copa El Rancho. O time bateu o Puebla por 4 a 1, com um gol e uma assistência do brasileiro.
E em abril aconteceu o momento mais feliz de Ronaldinho no time: ele disputou apenas oito minutos de um jogo contra o América, fez dois gols e ganhou aplausos até da torcida adversária. E é claro que ele lembrou que isso já tinha acontecido com ele na Espanha, quando jogava pelo Barcelona e foi aplaudido no Santiago Bernabéu.
Mas os problemas de desciplina voltaram: em maio, Ronaldinho ficou irritado por ser substituído no 1º tempo, após expulsão de um jogador do Querétaro. Ele nem quis ficar no banco e depois foi embora sozinho do estádio.
Esse problema foi superado com um pedido de desculpas. E o Querétaro chegou na final do Clausura Mexicano. No primeiro jogo, perdeu por 5 a 0 para o Santos Laguna. No jogo de volta, venceu por 3 a 0, vitória insuficiente para garantir o título. Ronaldinho só teve atuações discretas nas finais. Inclusive foi reserva no último jogo e não brilhou quando entrou.
Então Ronaldinho anunciou a saído do Querétaro, após oito gols em 32 jogos. Apesar de tantas polêmicas, o saldo da presença de Ronaldinho no México parece ter sido positiva. Arturo Villanueva, presidente administrativo do time, fez um balanço curioso: “ele tomou cervejas? sim, tomou. Ele teve problemas de disciplina? sim, teve. Mas não dizem tudo. Eu me pergunto por que a imprensa não diz que, durante 90% do torneio, ele foi o líder em assistências. Não dizem que uma jogada dele no último minuto nos colocou na Liguilla. Nem dizem que dois gols dele nos levaram para uma semifinal”.
O Querétaro não foi o último de Ronaldinho, é verdade. Ele jogou por último no Fluminense, mas é uma passagem que tanto ele quanto o clube preferem esquecer. É melhor ficar com as imagens dos belos lances que ele protagonizou no Querétaro:
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