Capital federal desde 1960, Brasília está localizada no nordeste goiano, distante pouco mais de 200 km para a capital de Goiás, Goiânia. A proximidade entre as duas grandes metrópoles é benéfica para os municípios da região do planalto central com geração de empregos, renda, melhoria da infraestrutura viária e, é claro, uma rivalidade local baseada em preferências e nuances dos dois lugares.
Goianos em grande parte detestam Brasília: “é uma cidade muito planejada, sem surpresas, chata”. Brasilienses também não costumam se sentir muito atraídos por Goiânia: “Muito calor e música sertaneja o tempo todo. Quem aguenta?”. Obviamente que não é legal opinar e criar pré-conceitos baseados no que se ouviu por aí, mas as diferenças de pensamentos, mesmo que de forma leviana, denotam que o país tem uma cultura rica e heterogênea e que muitas vezes não agrada a todos.
Diferenças estas que foram transferidas para o âmbito do futebol em maio de 2009. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou que Brasília seria uma das sub-sedes da Copa do Mundo e Goiânia não. Por Brasília ser a capital do país certamente não ficaria de fora, porém a inclusão de Cuiabá, claramente uma escolha política, despedaçou o sonho do futebol goiano, o mais desenvolvido da região, de participar da Copa do Mundo e de ter o estádio Serra Dourada, que não se tornaria um elefante branco, remodelado.
Dentro de campo, além dos inúmeros amistosos de pré-temporada todos os anos, goianos e brasilienses fizeram poucos jogos importantes, mas com direito a decisão de campeonato. Sem dúvidas, o confronto mais memorável aconteceu em 2002 pela final da extinta Copa Centro-Oeste. Na partida de ida, o Gama venceu o Goiás por 3 a 2, com dois gols de Dimba, que depois jogaria no alviverde goiano. Na volta, no Serra Dourada, vitória esmeraldina, por 3 a 0, e o tricampeonato do torneio assegurado.
Nesta terça-feira (18), às 21h15, no Bezerrão, uma nova história entre as duas regiões será escrita. Pela primeira fase da Sul-Americana, o Brasília, classificado à competição por ter sido campeão da Copa Verde em 2014, enfrenta o Goiás, que já é veterano no torneio com sete participações, inclusive chegando à final em 2010.
O Brasília chega para o duelo contra o Goiás sem ritmo algum. O colorado realizou apenas 22 partidas no ano. No primeiro semestre, o time foi eliminado na primeira fase da Copa do Brasil, nas quartas de final da Copa Verde e foi vice-campeão estadual, o que deixou o clube sem divisão nacional e desde então já são mais de três meses sem realizar partidas oficiais.
A sequência de amistosos dos brasilienses é boa. No dia 23 de julho, a equipe venceu o grande rival do Goiás, o Vila Nova, fora de casa, por 1 a 0. Após um pequeno desmanche depois do estadual, o time se reforçou com cinco peças, entre elas o volante Matheus, ex-Figueirense, Cruzeiro e Portuguesa.
Já o Goiás atuou quase o dobro de vezes (43) que seu adversário, mas acumula resultado negativos após o título do campeonato goiano. Eliminado da Copa do Brasil pelo Ituano e por isto garantindo vaga na Sul-Americana, o alviverde está na 17ª colocação do Brasileirão, na zona de rebaixamento. O técnico Julinho Camargo vai poupar nove titulares contra o colorado candango, priorizando o importante confronto diante do Vasco no próximo sábado pela 20ª rodada do Nacional.
De acordo com o portal ‘Futebol de Goyaz’, Brasília e Goiás já enfrentaram-se em oito oportunidades. O Esmeraldino venceu seis vezes e empatou outras duas. O último confronto aconteceu em 2010, quando o alviverde venceu amistoso, por 2 a 0.
No retrospecto entre equipes goianas e brasilienses, os times da terra do pequi têm larga vantagem. Ao todo são 185 vitórias dos clubes de Goiás, 117 empates e 125 triunfos dos clubes do Distrito Federal.
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