Colaborou: Allan Brito
Provavelmente nenhuma outra equipe grande tem tantos momentos ruins na Copa do Brasil como o Palmeiras. Apesar de ser tricampeão do torneio, o clube colecionou inúmeras derrotas vexatórias. Em 2003, ainda sob os efeitos da inédita queda para a Série B, o time alviverde sofreu uma de suas maiores humilhações dentro do Palestra Itália, ao ser impiedosamente goleado pelo Vitória por 7 a 2 nas oitavas de final. Em 2011, outro placar histórico que todos os palmeirenses gostariam de esquecer: a derrota por 6 a 0 para o Coritiba no Couto Pereira pelas quartas de final, resultado que nem mesmo a vitória por 2 a 0 no jogo de volta aliviou. Aconteceram outros vexames também, contra Ceará (1994), Santo André (2004) e Ipatinga (2007). Mas o fato inesquecível de verdade foi em 2002, quando o Palmeiras foi eliminado pelo ASA-AL.
Por que foi vexame?
Na época, o time alagoano não tinha qualquer alcance em âmbito nacional. Além disso, o nome exótico da cidade alagoana aumentou o folclore. Atualmente é normal respeitar o ASA, que evoluiu e recentemente fez quatro temporadas seguidas na Série B (da 2010 a 2013), mas naquela época perder para o time arapiraquense era um grande motivo para virar alvo de piadas por todo Brasil.
Foi a principal mostra do que estaria por vir em 2002 para os palmeirenses. Era o ano do primeiro rebaixamento, então o clube já estava bagunçado e acabou eliminado logo na primeira fase da Copa do Brasil.
Qual é a história?
A derrota aconteceu no primeiro jogo. O Palmeiras foi dominado na maior parte do tempo, contou com pelo menos duas defesas difíceis de Marcos, mas sofreu um gol aos 35 minutos do 2º tempo, marcado pelo centroavante Sandro Goiano. Só depois disso o time paulista acordou, mas parou na trave duas vezes.
Veja lances do primeiro jogo:
No jogo de volta o Palmeiras até conseguiu marcar o primeiro gol, com Galeano. Mas novamente Sandro Goiano balançou a rede e empatou. O Asa teve um jogador expulso no segundo tempo, e César até fez o segundo gol palmeirense, mas não adiantou. O gol fora de casa deu a vaga ao Asa, que foi eliminado na fase seguinte pelo Confiança, de Sergipe, pelo placar agregado de 5 a 2.
Quem jogou?
Além de Marcos, o único jogador palmeirense de destaque era o lateral Arce, que criava as principais jogadas do time – deu assistências para os dois gols palmeirenses. Mas o time treinado por Vanderlei Luxemburgo era muito limitado. Nem “Jesus Christian” no ataque salvava. A escalação do segundo jogo foi Marcos; Alexandre, César e Galeano; Arce, Fernando (Juliano), Magrão (Muñoz), Alex e Adalto (Fernandes); Itamar e Christian.
No time do Asa, é claro, o grande destaque foi Sandro Goiano. Ele virou um andarilho da bola, passando por times do Sudeste (Marília-SP), Nordeste (Fortaleza-CE e outros), Centro-Oeste (Crac-GO e outros) e Norte (Plácido de Castro-AC e outros).
De volta para o presente
O Palmeiras não aprendeu com o vexame, já que depois pagou outros micos na Copa do Brasil. Pelo menos o time foi campeão em 2012 e 2015 e venceu uma “revanche” contra o Asa em 2013.
Veja todas as campanhas do Palmeiras na Copa do Brasil:
- 1989: não disputou
- 1990: não disputou
- 1991: não disputou
- 1992: semifinal, Internacional (campeão/Série A)
- 1993: quartas de final, Grêmio (campeão/Série A)
- 1994: oitavas de final, Ceará (quadrifinalista/Série B)
- 1995: oitavas de final, Grêmio (finalista/Série A)
- 1996: vice-campeão, Cruzeiro (campeão/Série A)
- 1997: semifinal, Flamengo (finalista/Série A)
- 1998: campeão
- 1999: semifinal, Botafogo (finalista/Série A)
- 2000: quartas de final, São Paulo (finalista/Série A)
- 2001: não disputou
- 2002: primeira fase, ASA (segunda fase/sem divisão)
- 2003: oitavas de final, Vitória (oitavas de final/Série A – jogo de volta no Palestra Itália: 7 a 2)
- 2004: quartas de final, Santo André (campeão/Série B)
- 2005: não disputou
- 2006: não disputou
- 2007: segunda fase, Ipatinga (oitavas de final/Série B)
- 2008: oitavas de final, Sport (campeão/Série A)
- 2009: não disputou
- 2010: quartas de final, Atlético-GO (semifinalista/Série A)
- 2011: quartas de final, Coritiba (finalista/Série A – jogo de ida é o jogo do 6 a 0)
- 2012: campeão
- 2013: oitavas de final, Atlético-PR (finalista/Série A)
- 2014: oitavas de final, Atlético-MG (campeão/Série A)
- 2015: campeão
- 2016: quartas de final, Grêmio (campeão/Série A)
- 2017: quartas de final, Cruzeiro (finalista/Série A)
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