Oliver Tsubasa, o supercampeão

Você pode não ser fã de animes, mangás e afins – eu mesmo não sou. Mas se você é fã de futebol, já deve ter ouvido falar de Oliver Tsubasa. Se não ouviu, prepare-se: trata-se provavelmente do maior jogador japonês de todos os tempos, com passagens por São Paulo e Barcelona. Duvida?

Bem, é quase isso. Oliver Tsubasa é o protagonista do mangá Captain Tsubasa, criado em 1981 por Yoichi Takahashi. A série, que foi muito útil para elevar o ânimo dos japoneses em torno do futebol local, tornou-se internacionalmente famosa e chegou ao Brasil com o nome de Supercampeões, onde passou a ser exibida como anime na década de 90.

Tudo isso (e muito mais) pode ser lido nos artigos da Wikipédia referentes à série. Como este é um blog dedicada ao futebol, contemos a história de um grande jogador que, bem, nunca existiu.

Ōzora ‘Oliver’ Tsubasa nasceu em 28 de julho de 1979. Ainda pequeno, Tsubasa foi salvo de um acidente de caminhão graças ao futebol – uma bola que ele segurava em frente ao seu rosto amorteceu o impacto de uma batida de caminhão. Daí para frente, o Soccer no Moshigo (algo como “Filho do Futebol Enviado do Céu”) viveu sob o mesmo lema: “a bola é minha amiga”.

Aos 12 anos, mudou-se para a cidade de Nankatsu, onde começou a buscar o sonho de jogar futebol. Ali, ao passear por um parque, observou o jogo dos alunos da Escola Primária de Shutetsu. Animado com a performance do goleiro Genzo Wakabayashi, Tsubasa desafiou o jovem para um duelo. Os dois passariam a ser amigos dali em diante.

O jogo foi observado também por Roberto Maravilha, ex-jogador da Seleção Brasileira e amigo da família Tsubasa. Empolgado com o desempenho do jovem, Roberto começou a acompanhar a carreira do jovem Oliver, que logo passa a se destacar no time da Escola Primária de Nankatsu. Ali, conhece duas pessoas que passariam a ser fundamentais em sua vida: Taro Misaki, parceiro de ataque na chamada Dupla de Ouro, e Sanae Nakazawa, sua paixão de colégio e que viria a ser sua esposa.

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O bom desempenho na escola fez com que Tsubasa fosse convocado para defender a seleção regional, Nankatsu Senbatsu – e mesmo com fortes rivais, o time se tornou campeão nacional. Mais tarde, no colegial, Tsubasa foi chamado para defender o Japão no Campeonato Mundial Sub-16 de 1991, na França, no qual os nipônicos se sagraram campeões.

Ali, graças ao intermédio de Roberto Maravilha, surgiu a chance de Tsubasa atuar no Brasil pelo São Paulo. Pelo São Paulo, Tsubasa foi campeão brasileiro ao vencer o Flamengo na final por 4 a 3.

Em solo tupiniquim, o japonês conheceu vários outros nomes de destaque do esporte, como Pepe e Carlos Santana. Em alta, Tsubasa foi convocado para defender o Japão na Copa da Ásia Sub-19 de 1992, passando por Tailândia, Uzbequistão, China, Arábia Saudita, Iraque e Coréia do Sul no caminho até o título. Desta forma, os japoneses garantiram vaga para o Mundial Sub-20 de 1993.

Na competição, a mágica geração do Japão mais uma vez surpreendeu: venceu México (2 a 1), Uruguai (6 a 5) e Itália (4 a 0) na primeira fase, Suécia (1 a 0) nas quartas de final e Holanda (1 a 0) na semifinal. Na decisão, o Japão de Oliver Tsubasa encontrou o Brasil do técnico Roberto Maravilha, e não se acomodou: venceu por 3 a 2, graças a três gols do jovem ídolo japonês.

Ao fim do Mundial Sub-20, Tsubasa se casou com Sanae, encerrando o problema do relacionamento à distância mantido durante sua passagem pelo São Paulo – sim, passagem, pois depois de apenas dois anos no clube tricolor, Tsubasa se transferiu para a Catalunha, onde defendeu o Barcelona.

No clube azul-grená, Tsubasa passou a enfrentar um problema. Logo de cara, ele foi mandado para o time B, uma vez que o técnico holandês Edward van Saal preferia manter Rivaul na função de criador de jogadas. No entanto, o Barcelona começou mal a temporada, com um ponto em quatro jogos e a lesão de Rivaul. O japonês, que havia alcançado a assombrosa marca de 12 gols e 11 assistências em três jogos pelo time B, logo foi alçado ao time titular.

Em sua estreia, o clássico contra o Real Madrid, que havia recém-adquirido a revelação brasileira Naturezza. Tsubasa, porém, levou a melhor: com três gols e três assistências, ajudou o Barça a vencer por 6 a 5. Embalado, Tsubasa recebeu duas boas notícias: foi convocado para a Seleção Sub-23 do Japão e descobriu que sua esposa estava grávida de seu primeiro filho.

 Em pé: Wakabayashi, Nitta, Sawada, Hyuga, Jito e Misugi.
Agachados: Matsuyama, Ishizaki, Aoi, Misaki e Tsubasa

Com o time nacional, passou por Malásia, Tailândia, Bahrein, Vietnã, Arábia Saudita e Austrália para avançar à Olimpíada de 1996. De quebra, a base da equipe conquista também uma vaga para a Copa do Mundo de 1998. Depois…

E depois?
Como dito no início deste texto, o autor do mesmo não é exatamente um grande fã de anime. Apesar de um bocado de pesquisa, não encontramos muitas informações posteriores a 1996 a respeito da carreira de Oliver Tsubasa. Ao que consta, ele teria encerrado sua “carreira” pelo próprio Barcelona. De qualquer forma, toda informação adicional é bem-vinda.

Ah…
Bem, desculpe a frustração. Mas se serve de consolo, alguns dados interessantes sobre a série  para quem é leigo:

Supercampeões contava com uma série de times reais, mas que eram apresentados com nomes fictícios: Piemonte (Juventus), Catalunha (Barcelona), Brancos (São Paulo), Domingo (Flamengo), Bernabeu (Real Madrid), Grunwald (Hamburgo), Rotburg (Bayern de Munique), Intina (Inter de Milão), Lombardia (Inter de Milão B), Emilia (Parma), Calabria (Crotone), San José (Valencia), Roland (Werder Bremen) e uma porção de outros.

– Não por coincidência, a série também contava com astros inspirados em jogadores reais: Zedane, Trezaga, Rivaul, Fago, Branko, Zagalo, Thoran, Delpi, Rikaar, Edward van Saal… Você é capaz de identificar as inspirações?

Dica: Zedane joga no Piemonte

– Evidentemente, os anos dos campeonatos não correspondem a campanhas reais. A partir da data de nascimento de Tsubasa obtida aqui e do cruzamento de dados com torneios reais, calculamos as participações do Japão da série.

Fotos e informações: Wikipédia, Desciclopédia, Goal of Victory e Oliver et Tom.

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