“Virada de mesa”. Um termo nojento que esteve presente no futebol brasileiro durante décadas, mas parecia aniquilado, esquecido e apagado. Porém, ele voltou à tona nesta segunda-feira, quando foi especulada uma manobra liderada pelo Coritiba. O time negou tudo e prometeu que a mesa ficará como está.
Mas a polêmica trouxe de volta lembranças de outras viradas de mesa nojentas que já aconteceram no Brasil. Especialmente uma que prejudicou logo o Coritiba.
Em 1989, o time paranense brigava para alcançar a segunda fase do Campeonato Brasileiro. A última e decisiva rodada aconteceria inteira dia 25 de outubro, mas com duas exceções: os jogos Coritiba x Santos e Vasco x Sport ficaram agendados para acontecer antes, no dia 22.
Preocupados com o fato, os times se mexeram para mudar isso. O Vasco conseguiu reagendar o jogo, até porque tinha atletas com a Seleção Brasileira. O Coritiba não teve o mesmo privilégio.
Começou então uma briga judicial. Os craques não eram mais os jogadores, e sim os advogados e juízes dos tribunais. No dia 20, surgiu uma liminar que adiou o jogo do Coritiba. O time sequer viajou para Juiz de Fora, onde aconteceria a partida. O Santos ficou sozinho em campo, como pode ser visto na imagem ao lado.
A CBF cassou a liminar, entendeu que o Coritiba não compareceu por protesto e resolveu dar uma punição: eliminou o time do Campeonato de 1989 e decretou seu rebaixamento imediato para a 3ª divisão – depois houve acordo que manteve a equipe pelo menos na Série B.
Foi o fim de um time saudoso para qualquer torcedor do Coritiba. Liderado por Tostão, o elenco tinha sido campeão estadual, e a torcida acreditava até na conquista do bicampeonato nacional.
Porém, o título brasileiro daquele ano ficou ironicamente com o Vasco, envolvido na “canetada” da CBF – nunca é demais lembrar que Eurico Miranda era vice-presidente da entidade naquela época. O mandatário era o novato Ricardo Teixeira, genro de João Havelange.
E que fique bem claro: a “virada de mesa” não diminui a importância do título do Vasco, que naquela época tinha um “Esquadrão Imortal”, com Acácio, Bismarck, Bebeto e Sorato, por exemplo. Mas o Coritiba tinha potencial para encarar de frente esse timaço. No final só teve o direito de chorar essa decisão nojenta da CBF.
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