A história de Rafhael Domingues é um caso raro no futebol. Dificilmente vai se repetir futuramente. Exemplos parecidos até podem surgir, mas dificilmente algum brasileiro vai conseguir ser novamente convocado para uma seleção europeia apenas por causa de vídeos.
Pois foi isso que aconteceu com “Rafinha”. Via Youtube e Facebook, ele enviou arquivos para o gerente de futebol da seleção austríaca e despertou interesse. Ele estava no Toledo, clube paranaense que foi contactado para liberar o jovem jogador. De lá, ganhou uma chance e debutou nos gramados europeus.
A estreia do brasileiro pela Áustria não poderia ter sido melhor: apesar das dificuldades, ele decidiu um amistoso sub-18 contra a República Tcheca. Em entrevista exclusiva por e-mail para o Última Divisão, Rafhael Domingues contou melhor sua história, trouxe detalhes curiosos e fez elogios a sua “nova” seleção. Além disso, ainda revelou suas expectativas a respeito da Copa do Mundo de 2014.
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Última Divisão: Como é a estrutura do futebol de base austríaco? Deu pra perceber se é melhor que a do Brasil?
Rafhael Domingues: A estrutura do futebol austríaco é muito boa e está crescendo a cada ano, junto com o futebol austríaco, que esta em uma crescência. A estrutura de lá é melhor que a maioria dos clubes daqui do Brasil.
UD: É mais difícil jogar contra uma seleção tcheca sub-18 ou disputar um campeonato estadual de base no Brasil?
Rafhael: É muito mais dificil jogar contra a seleção da Republica Tcheca por dois fatores importantes: primeiro a marcação do futebol europeu, que é muito forte e eles chegam “firmes” em todas as jogadas. E outra: o futebol la é diferente, por isso foi dificil e não pude me adaptar muito.
UD: A decisão de “trocar” de nacionalidade foi tranquila?
Rafhael: Eu tenho a minha dupla cidadania austríaca desde os 11 anos, graças a minha mãe. Ai desde lá sempre tive a vontade de poder jogar pela Áustria.
UD: Em outros países, como Portugal, Itália e Espanha, há pouca rejeição com jogadores naturalizados. Acredita que pode haver alguma na Áustria e na Alemanha?
Rafhael: Acho que não. Eles gostam muito de mim lá e acho que não haverá nenhum problema quanto a isso.
UD: Como tem sido o contato com os jogadores do time principal do Borussia? Já conversou com o técnico Jurgen Klopp?
Rafhael: No periodo em que eu estava na Alemanha, os jogadores do time profissional estavam de férias.
UD: Você conhece algum caso parecido com o seu?
Rafhael: Caso parecido com o meu nunca ouvi falar e também acho diferente dos demais. Pois fui convocado mandando um video para o gerente de futebol da equipe profissional da seleção da Áustria e isso deu certo. Fui convocado e, graças a Deus, fui bem e fiz 2 gols já no primeiro jogo contra a República Tcheca.
UD: Não são poucos os casos de jogadores que saem daqui e sofrem golpes na Europa. Não ficou com medo disso acontecer com você? Fez algo para se proteger disso?
Rafhael: Sim, no começo tive um pouco de medo, mas, depois que o gerente da equipe sub-18 da seleção da Áustria entrou em contato com o clube, eu fiquei mais tranquilo.
UD: Como tem sido a adaptação? Seus pais foram com você?
Rafhael: Não tive muito tempo para me adaptar, foi uma semana até o jogo. Isso foi um obstáculo a mais para mim passar (sic). E mais um problema foi a língua, já que eu não sei falar alemão. Meu pai foi junto comigo, isso me deixou mais tranquilo, pois tinha com quem conversar (risos)
UD: Tem algum brasileiro naturalizado como ídolo ou pelo menos como “espelho” para o futuro?
Rafhael: Na verdade meu grande idolo é o Kaká. Acho ele um exelente jogador dentro e fora de campo, gosto muito dele. Eu gosto do Deco, um grande jogador que se naturalizou para jogar na seleção de Portugal.
UD: Como define seu estilo de jogo? Dá pra comparar com alguém?
Rafhael: Sou um atacante de velocidade, gosto de abrir pelas pontas e partir para cima, tocar e receber nos espaços. Meus amigos falam que meu futebol é parecido com o do Nilmar e o Liédson.
UD: Até onde dá pra chegar com a seleção da Áustria? Disputar a Copa do Mundo de 2014 é um objetivo possível?
Rafhael: Com certeza é possivel. Como disse anteriormente, o futebol austríaco está crescendo e uma Copa do Mundo em 2014 no Brasil seria ótimo e acho que tem grande chance.
UD: Facebook, Orkut ou Twitter?
Rafhael: Acho os três legais, mas gosto mesmo é do Orkut.
Colaborou Emanuel Colombari
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