A Copa Africana de Nações, mesmo não sendo o torneio de técnica mais vistosa, certamente é o campeonato continental com alguma qualidade que mais gera histórias interessantes e situações folclóricas no imaginário dos torcedores do continente mãe e dos amantes do futebol alternativo – tanto em função da pobreza exacerbada em número considerável nações, quanto pela diferença explícita de técnica entre os seus participantes. Em 2022, a tradicional taça está sendo disputada em Camarões – referente ao ano de 2021.
Esta bela narrativa permeou a segunda rodada do Grupo E da Copa Africana de Nações, no qual seleções francamente mais fortes sofreram reveses históricos durante o percurso da competição.
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A seleção da Costa do Marfim, por exemplo, empatou com a sensação do campeonato, Serra Leoa, um pequeno país com pouco menos de 4 milhões de habitantes, cujas classificações no Ranking da Fifa até então eram distantes 52 posições uma da outra (56 x 108).
Sebastien Haller abriu o placar contra os leões aos 25 minutos do primeiro tempo. Contudo, Musa Noah Kamara empatou para os serra-leoninos aos 10 minutos do segundo tempo. Nicolas Pepé fez o segundo gol dos elefantes 10 minutos após o gol de empate. Porém, como nem tudo são flores, o goleiro Badra Ali Sangaré, ao tentar encaixar a bola já nos acréscimos, caiu com o joelho direito no campo e não consegue reagir de modo a impedir o gol de Serra Leoa, marcado por Alhaji Kamara, dando números finais ao jogo: 2 a 2.
Foi o segundo empate de Serra Leoa em dois jogos. Na estreia, o time ficou no 0 a 0 com a Argélia.
Os argelinos, por sua vez, sofreram grave golpe ao serem derrotados pela inferior seleção da Guiné Equatorial por 1 a 0 na segunda rodada. A primeira estava a 85 posições acima da segunda (29 a 114), o que torna o feito equato-guineense maior que o anteriormente apresentado.
O gol da partida foi executado por Esteban Obiang, aos 25 minutos do segundo tempo. Mesmo contando com craques do calibre de Riyad Mahrez (atacante do Manchester City), a Argélia sofreu a amarga derrota pelo placar mínimo.
É inegável o quanto fora ofuscada a competição por coincidir com o calendário europeu. Por isso, cabe a nós, evidenciar a relevância e a beleza da Copa da África e as marcantes histórias que nela ocorrem. O torneio traz às potências a oportunidade de se testar para as qualificatórias da Copa do Mundo, e às seleções inferiores, uma oportunidade de mostrar-se ao mundo e despontar algum talento em potencial, o que ocorre, em uma escala muito maior, na Copa do Mundo.
A Guiné acabou avançando às oitavas com a segunda colocação da chave e enfrenta Mali por uma vaga nas quartas. Serra Leoa pegou o terceiro lugar do grupo, mas a seleção foi a quinta melhor entre os terceiros – os quatro melhores do quesito também passavam de fase.
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