O São Bernardo FC, que disputa a Série A-1 do Campeonato Paulista em 2013, nem de longe é o time mais tradicional de São Bernardo do Campo – antes dele, tivemos o EC São Bernardo e o Palestra de São Bernardo. E mesmo que o “atual” São Bernardo seja olhado com desconfiança (culpa da ligação do presidente Edinho Montemor com a política local), ninguém pode culpar a torcida do time pela má fase. Nem pela rejeição fora da cidade.
Nas quatro primeiras rodadas do Campeonato Paulista, o time sofreu três derrotas e conquistou um empate. É o lanterna do certame. A mais recente derrota aconteceu diante do Palmeiras: 3 a 0 no Estádio do Pacaembu, com boa apresentação do quarteto Valdivia, Maikon Leite, Vinícius e Barcos. Do lado dos comandados de Luciano Dias, a apresentação deixou a desejar.
Não que tenha sido ruim, um desastre, algo assim. Com o experiente Fernando Baiano no comando do ataque, o Tigre – “Bernô” é outro time – conseguiu aproveitar espaços na defesa do goleiro Fernando Prass e só não abriu o placar porque o chute do veterano camisa 9 explodiu no travessão. Aí, o Palmeiras fez 1 a 0, com Barcos.
Curiosamente, a torcida do São Bernardo só se fez ouvir no intervalo do jogo. Com uma batucada forte, os fãs engrossavam os gritos de “vamos virar, Bernô”. “Olhai, chegou a torcida”, comentou um colega meu da imprensa. Eu, que estava a trabalho, admito que não tinha percebido se a torcida visitante já estava ali no primeiro tempo.
No começo do segundo tempo, o Palmeiras não deu chance para esse pedido de virada e logo marcou mais dois gols, com Valdivia e Barcos. A torcida da casa passou a festejar, encobrindo os gritos dos visitantes. E assim foi, até o fim do jogo, quando a torcida palmeirense foi embora.
A torcida do São Bernardo continuou ali, ao lado do tobogã do Pacaembu – salvo engano, orientação para evitar confrontos entre torcedores. De lá, continuaram sua batucada. Não como festa, mas com gritos de cobrança. “Ei, Baiano, vai tomar no c…”, “vergonha, time sem vergonha”, “queremos jogador” e por aí vai.
A impressão que fica é que, certamente, os torcedores do São Bernardo dividem o coração com outros times maiores de São Paulo. Mas que a preocupação de quem vai ao estádio é apoiar o time da cidade, e não apenas secar o time grande.
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