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As duas principais vitórias da 6ª rodada da Série B foram de times que já estavam bem na competição, Bahia e Cruzeiro. Por causa dessa boa fase eles surgem como principais candidatos ao acesso. São candidatos ao título de “time a ser batido” na competição. Outras equipes também brigam por esse posto, mas na coluna desta semana é justo focar no líder e no vice-líder.
Tanto Bahia quanto Cruzeiro fizeram contratações importantes para a Série B e deram respaldos aos técnicos, que são bons e souberam encaixar as peças. Guto Ferreira tinha errado em algumas decisões no começo do ano, mas merecia a chance de continuar. E Pezzolano ainda não tinha encaixado todo o time, mas dava ótimos sinais.
Na 6ª rodada o Bahia atropelou o Londrina: fez 4 a 0 com tranquilidade. Poderia ter sido mais. Vale citar que o Londrina está em grande crise, inclusive com salários atrasados. Mas é importante destacar o mérito do Bahia, principalmente a intensidade em casa.
Os autores dos gols fazem parte do setor ofensivo: Rildo (2), Daniel e Marco Antônio – o que mostra como o ataque do Bahia está bem servido de meias e pontas. Ainda falta encaixar melhor Matheus Davó ou esperar que Rodallega volte em boa fase. Com um homem gol seria difícil parar o Bahia.
Ainda tenho dúvidas sobre o sistema defensivo. Os volantes fortalecem bem a marcação, mas falta rodagem para os laterais Borel e Luiz Henrique. Os zagueiros estão apenas na média. E ainda faltam algumas peças de reposição. Mas o Bahia deve brigar forte pelo acesso.
Já o Cruzeiro não derrotou o Grêmio com tranquilidade. Era um jogo duríssimo, que até foi chamado de “maior jogo da história da Série B” pelo tamanho das equipes. A Raposa fez um bom 1º tempo, mas o gol só saiu em um lance de sorte, um gol contra – com algum mérito de uma orientação de Pezzolano.
Depois o Grêmio cresceu, criou chances e fez um jogo equilibrado. Enfrentar um adversário difícil foi um ótimo teste pro sistema defensivo do Cruzeiro, que passou a jogar com 3 zagueiros de origem recentemente. Deu certo. Zé Ivaldo, Brock e Oliveira se complementam muito bem. E ainda tem Wagner Leonardo no banco, um dos melhores zagueiros do 1º turno da Série B de 2021.
Mas o Cruzeiro ainda precisa de ajustes no ataque. Os reforços ajudaram muito e dão boas opções para Pezzolano trabalhar. Eu daria mais sequência a Luvannor e Jajá pelas pontas. Eles encaixam bem para atacar nesse sistema de 3-4-3, mas precisam de gols. Se um deles não evoluir bem, é possível mudar para o 3-5-2 e dar chances para um meia se firmar – ainda acho que João Paulo é a melhor opção para essa função, mas ele não está 100%.
Conclusão
Não há um “time a ser batido” na Série B por enquanto. Bahia e Cruzeiro ainda precisam evoluir nos quesitos citados. E para isso precisam manter os pés no chão. Caso se acomodem, podem até despencar na tabela. Na Copa do Brasil, contra o Azuriz, o Bahia deu uma demonstração preocupante disso e só se classificou nos pênaltis. Não pode haver essa irregularidade fora de casa.
Atualmente acredito que é mais fácil o Cruzeiro melhorar o ataque do que o Bahia evoluir na defesa. Portanto, até a 6ª rodada, vejo o Cruzeiro mais próximo de virar o “time a ser batido” na Série B.
Pode ter outro “time a ser batido”?
O Grêmio ainda pode assumir esse posto também, apesar da derrota para o Cruzeiro. Teve boas atuações anteriores e só precisa de ajustes, principalmente no meio-campo. Buscar reforços pontuais, de bom nível, também pode ser importante para melhorar o elenco.
O Sport é outro time que tem chances de crescer, mas não consigo ver isso acontecendo com Gilmar Dal Pozzo no comando. Apesar dele, o Leão controlou bem o Tombense na 6ª rodada e venceu merecidamente por 2 a 0. Com outro treinador, o Sport pode crescer muito.
No mais, é possível citar vários times que devem brigar pelo acesso, mas nenhum que possa assumir o rótulo de “time a ser batido”.
Outros destaques da rodada
Vila Nova e CRB venceram pela primeira vez na Série B. Derrotaram, respectivamente, Náutico e CRB. E mereceram o resultado. São times que, apesar do começo ruim, ainda podem escalar na tabela.
Operário e Novorizontino, de forma surpreendente, já escalaram na tabela, após vitórias na 6ª rodada, contra Criciúma e Ituano, respectivamente. Estão mais perto do G4 do que se esperava. Mas prefiro ser cauteloso sobre as expectativas em cima desses times.
O Vasco conseguiu um bom resultado contra o CSA, mas não foi uma grande atuação. Era um adversário difícil, rolaram vaias, mas o time cresceu com mudanças no 2º tempo. Zé Ricardo foi bem nas substituições, mas ainda não encontrou a formação ideal e tenho dúvidas se vai encontrar.
Infelizmente também tivemos destaques negativos, como o fraquíssimo clássico entre Guarani e Ponte Preta, que acabou 0 a 0. Foi o mesmo placar de outro duelo local, o sonolento Brusque x Chapecoense.
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