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Pág. Inicial Fut. Brasil

Padrinhos mágicos

Julio Simões por Julio Simões
07/05/2011 - Atualizado em 19/12/2015
em Fut. Brasil, Histórias
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– Alô, Alex? Aqui é o Cuca do Flamengo, tudo bom?
Silêncio.
– Q-que Cuca?
– Cuca, o técnico do Flamengo, rapaz. Quero você aqui. Acerta com o diretor o salário e se apresenta o mais rápido possível.

Quatro dias depois de gaguejar no telefone, Alex Cruz já desembarcava na Gávea para aquela que seria sua grande chance de vingar no futebol. Afinal, o meia-atacante de 24 anos havia conseguido chamar a atenção de Cuquinha, irmão e auxiliar técnico de Cuca, apesar da acachapante goleada de 5 a 0 sofrida pelo modesto Ivinhema na Copa do Brasil. Certamente, uma derrota que lhe valeu mais que inúmeras vitórias da carreira.

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Nascido na pequena Fátima do Sul, cidade com menos de 20 mil habitantes próxima a Dourados, no Mato Grosso do Sul, o meia-atacante nunca havia vestido a camisa de um clube de massa antes de chegar ao Flamengo. Acumulava apenas passagens por times de seu estado natal (Maracaju, Comercial, Naviraiense e agora Ivinhema), do interior de São Paulo (São Bento de Sorocaba) e do Paraná (Nacional de Rolândia, onde se profissionalizou), o que tornava o feito de jogar no Flamengo ainda mais marcante.

Na chegada ao Rio, Alex lembra que o capitão Fábio Luciano foi o primeiro a lhe cumprimentar. Depois vieram os outros, curiosos em conhecer um pouco mais daquele jovem quieto que havia surpreendido torcida e imprensa quando anunciado como reforço. “Eram todos muito legais, nem pareciam que eram assim”, comentaria o jogador dois anos depois. A alegria por estar ali era tanta que nem mesmo o fato de ter descoberto que, ao invés de um ano, o contrato tinha duração de apenas três meses o deixou abalado. Era um sonho estar ali, então porque reclamar?

0fbf33a6-3e78-4bd8-9b0b-8463109a8676_alex_cruz_300Nos treinamentos – muito mais exigentes do que todos aqueles praticados pelos times anteriores, diga-se de passagem – Alex mantinha a vontade, o trabalho duro e a humildade de sempre diante dos colegas, quase todos mais consagrados do que ele. “Se você trabalhar sem preguiça, todos vão saber que você está querendo ser alguém na vida”, justifica. Mas nada era fácil, apesar do empenho. A saudade de casa, a dificuldade dos treinos e a concorrência pela posição foram atrapalhando sua evolução na equipe.

Para se ter uma ideia, o camisa 32 disputava posição com nomes como Adriano, Dênis Marques, Gil, Obina, Josiel e Emerson Sheik no ataque e Petkovic, Kleberson, Zé Roberto, Gonzalo Fierro, Ibson e Erick Flores no meio. “Olha, eu fazia a minha parte. Eu sabia que estava bem, mas muito jogador de nome ficava difícil para mim, né?”, lamenta. Para piorar, Alex levou praticamente dois meses para estrear com a camisa rubro-negra, já que não fora inscrito no Campeonato Carioca e também não poderia atuar por outra equipe na Copa do Brasil.

Restava, então, o Campeonato Brasileiro. Na primeira rodada, quase ficou no banco de reservas contra o Cruzeiro (derrota por 2 a 0), mas acabou cortado por Cuca. Na segunda, contra o Avaí (0 a 0), foi relacionado e entrou no segundo tempo, no lugar do atacante Josiel. “Não foi um dos meus melhores jogos, mas serviu de experiência”, avalia Alex. Talvez por isso nunca mais tenha sido relacionado.

Sem chances com treinador que o havia indicado ao clube, Alex seguia treinando enquanto o prazo de três meses de contrato corria em direção ao fim. Até que cinco dias antes de encerrar seus 90 dias de contrato, o meia recebeu a indesejada notícia: Cuca já não contava mais com seu futebol no Flamengo. Triste porém conformado, Alex só viu uma saída: voltar para Fátima do Sul e procurar um novo clube para jogar o segundo semestre. Já estava a caminho de casa para fazer a mala quando o celular tocou: era Émerson Sheik.

– Alex, você não vai embora. Ninguém aqui quer isso. O motorista vai te buscar e você vai vir aqui na Granja (Comary) com a gente, certo?

Ele não acreditava no que estava acontecendo. Um grupo de atletas havia se reunido e, sensibilizado com a forma com que ele havia sido dispensado, sem ter tido sequer 45 minutos de chance de mostrar futebol, decidiu ratear os custos para que ele fosse mantido no clube até o fim da temporada. Ainda não entendia direito o significado daquela demonstração de afeto dos companheiros quando ouviu o celular tocar novamente: era Ronaldo Angelim.

– Alex, já conversamos com um diretor aqui e você vai ficar por mais seis meses no Flamengo. Parabéns, cara. Arruma suas coisas que estão indo te buscar.

Tudo leva a crer que a ideia de manter o jogador por mais um tempo veio após uma negativa de Cuca para reintegrá-lo ao elenco, o que fez o grupo liderado por Sheik recorrer a dirigentes do clube para levar o plano adiante. Deu certo. O salário estimado em R$ 5 mil mensais (duas vezes maior do que o recebido no Ivinhema) seria rateado entre o atacante Emerson, o goleiro Bruno e os meias Ibson e Petkovic, enquanto o aluguel seria responsabilidade do lateral Leonardo Moura.

Alex-Cruz-defendeu-o-Flamengo-em-2009-mas-pouco-atuouA atitude dos “padrinhos”, como ele até hoje se refere aos antigos companheiros, emocionou muita gente no Flamengo. Kléber Leite, dirigente na época, foi um dos que mais se sensibilizou com a atitude. “Me contaram que ele até chorou. Chegou a me dizer que nunca tinha visto isso acontecer na vida. Me deu os parabéns por ser querido pelo grupo”, conta Alex, que também acabou sendo reverenciado por Cuca. “Ele me chamou e falou ‘olha, você tem amigos mesmo, parabéns’.”

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Mas será possível existir amizade verdadeira em um meio reconhecidamente sujo e injusto como o futebol? Não haveria alguma motivação maior para tal atitude dos principais jogadores do time? Na época, Cuca vinha sendo bastante contestado no cargo, e o fato de alguns jogadores terem bancado Alex pode ser encarado como uma forma de enfrentá-lo, colocando em xeque seu poder dentro do grupo. Não há provas. O meia-atacante, aliás, discorda da tese. No entanto, confirma que a relação dos atletas com o treinador já não era assim tão boa. “Não muito”, diz, sem dar detalhes.

Fato é que Cuca foi demitido e Alex ganhou uma nova chance, curiosamente contra os mesmos adversários da primeira vez. Já sob o comando do então auxiliar Andrade, o meia foi relacionado para enfrentar o Cruzeiro (derrota por 2 a 1), mas acabou cortado no vestiário. Na partida seguinte, porém, contra o Avaí (derrota por 3 a 0), entrou novamente no segundo tempo e realizou outro sonho: o de jogar ao lado de Adriano e Zé Roberto. “Foi muito bom, inesquecível”, relembra.

Mesmo assim, o sonho durou pouco. O tempo passou e o contrato de Alex terminou sem que nenhuma nova oportunidade lhe fosse dada. Voltou a vestir o uniforme flamenguista e a pisar no gramado do Maracanã apenas na festa do título brasileiro iniciada imediatamente após o apito final de Heber Roberto Lopes na partida contra o Grêmio. Alex estava lá: chorou, cantou, vibrou, abraçou os companheiros. Ele era campeão brasileiro, oras!

44369_med_alex_cruzPassada a euforia, deixou a Gávea sem muito alarde e assinou com o Guarani para o ano seguinte. Em Campinas, ficou apenas dois meses e seis partidas. De lá, voltou para o Mato Grosso do Sul e foi manter a forma no Corumbaense, por quem não disputou uma partida sequer. Preferiu aceitar a proposta da Ferroviária de Araraquara para jogar novamente a divisão de acesso do futebol paulista. Diz estar feliz.

“Aqui me pagam em dia, são organizados, o estádio é lindo… Tudo isso motiva”, avalia Alex Cruz, que guarda para sempre na memória o tempo em que passou no Rio de Janeiro e lamenta os recentes acontecimentos com seus antigos companheiros, caso do goleiro Bruno, preso acusado de ter relação com o sumiço de uma antiga namorada. “Pô, cara. Fiquei muito sentido porque ele era fera comigo. Me ajudou muito lá.”

Natural que Alex seja eternamente grato aos amigos que fez no Flamengo. Tanto que garante não ter vergonha de se aproximar para bater um papo com um dos antigos companheiros, caso os encontre na rua. “Uma vez encontrei o Obina no aeroporto e ele me tratou bem demais”, lembra o jogador, que só mantém contato até hoje com Emerson Sheik, Denis Marques e o goleiro reserva Paulo Vítor. “O Paulo diz que até hoje perguntam de mim por lá”, lembra Alex, com saudade da fugaz passagem pela Gávea e satisfeito por saber que ela deixou alguma marca. Ainda que fora das quatro linhas.

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Julio Simões

Jornalista com colaborações para Gazeta Esportiva.Net, Portal Terra, ESPN.com.br e Revista Placar. Já jogou muito futebol de botão sozinho e teve campanhas históricas à frente do Olaria no Championship Manager. Torce por três Clube Atléticos.

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