A história do futebol feminino na Espanha é recente. A seleção local entrou em campo pela primeira vez na década de 1970, e foi oficializada em 1980. O time só foi estrear em uma Copa do Mundo em 2015, e ainda fica atrás de rivais tradicionais da Europa, como Alemanha, Suécia, Noruega, França e Inglaterra.
O campeonato local também é recente. Fundada em 1988, a primeira divisão espanhola já teve vários nomes: Liga Nacional, Superliga, Primera División… Hoje, embora não seja um torneio tão sólido quanto o Campeonato Espanhol masculino, conta com transmissão de TV, três divisões e algumas potências.
Uma delas, o Rayo Vallecano. Fundado em 1924, o clube de Madri deu início a sua equipe feminina em 2000, incorporando um time chamado El Buen Retiro. Foram duas temporadas (2001/2002 e 2002/2003) na segunda divisão, antes da estreia na elite feminina.
Logo, a aposta do Rayo no futebol feminino deu resultados. Liderada pela atacante Natalia Pablos, o time conquistou a Copa da Rainha em 2008 e o tricampeonato nacional (2009, 2010 e 2011). Neste intervalo, chegaram à equipe de Vallecas reforços como a meia Jennifer Hermoso (ex-Atlético de Madrid) e a atacante Adriana Martín (vinda do Espanyol).
Na Liga dos Campeões, os bons resultados não se repetiram – a equipe parou nas oitavas de final em 2011 e 2012, eliminada pelo Arsenal nas duas ocasiões. E desde então, os resultados pararam de chegar – nas últimas cinco temporadas, o melhor resultado do Rayo Vallecano no Espanhol feminino foi o quarto lugar (2012 e 2014).
Coincidência? Não. Os resultados foram diretamente afetados pelo corte de investimentos da diretoria. Alguns dos principais nomes do time tricampeão acabaram indo embora. Em 2011, saíram Adriana Martín e Sonia Bermúdez. Em 2013, Natalia Pablos (foto), Jennifer Hermoso e Cristina Vega também foram embora. Em comum, todas elas têm passagens pela seleção espanhola.
Em 2014, a equipe já encarou a possibilidade de fechar as portas diante de um corte de custos, que só foi afastada mediante uma campanha de arrecadação. A ameaça, porém, volta a rondar Vallecas. “A justificativa que colocam à mesa é que, com o rebaixamento da equipe masculina à segunda divisão, a entrada de dinheiro para os cofres do clube serão reduzidos consideravelmente”, explica o jornal esportivo Marca.
“Diante de tal situação, há jogadoras que procuram alternativas imediatas para seu futuro. Veteranas do clube abandonarão aquela que tem sido sua casa durante os últimos anos, e alguns jovens valores das categorias de base já têm sido procurados por clubes vizinhos”, acrescenta a publicação, colocando em dúvida a presença do Rayo na liga feminina 2016/2017.
As equipes vencedoras do Campeonato Espanhol feminino: Athletic Bilbao (2003, 2004, 2005, 2007 e 2016), Levante (1997, 2001, 2002 e 2008), Barcelona (2012, 2013, 2014 e 2015), Añorga (1992, 1995 e 1996), Oroquieta Villaverde (1993, 1994 e 1999), Rayo Vallecano (2009, 2010 e 2011), Espanyol (2006), Irex Puebla (2000), Peña Barcilona (1989), Atlético de Madri (1990), Oiartzun (1991) e Atlético Málaga (1998).
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