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Pág. Inicial Fut. Brasil

Nunca foi tão bom voltar no tempo

João Almeida por João Almeida
18/08/2014 - Atualizado em 06/01/2015
em Fut. Brasil, Histórias
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Nunca foi tão bom voltar no tempo
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Moçoilos com ternos e gravatas verdes, e chapéus Panamás. Moçoilas com blusas à meia altura, saias de bolinhas, sapatinhos brancos e guarda-chuvas. O ano? 1941, dizem. A descrição acima poderia ser facilmente um baile nostálgico, mas acreditem: era a entrada da Rua Javari deste sábado, pleno agosto de 2014.

A ocasião era um flashback dos saudosos torneios-início que moldavam esta época. Quatro clubes disputaram: Juventus, Germânia, Paulistano e Palestra Itália, cada qual por um motivo peculiar. O Moleque Travesso, que fora fundado por palestrinos, alugava seus domínios para a competição. Os germânicos, atual Pinheiros, estavam ali porque eram os proprietários do terreno do Parque Antarctica antes do Palestra comprá-lo, e cederam sua área social para a primeira festa dos ítalos-brasileiros da Turiassu. Já o Paulistano não emprestou ou cedeu nada, mas foi o time derrotado no primeiro título paulista dos alviverdes de 1920. O Palestra, bom, este dispensa apresentações, mas vale lembrar que, em 1942, tornou-se Palmeiras devido o Brasil declarar guerra ao Eixo (dentre eles, os italianos), na Segunda Guerra Mundial.

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Dito isso, necessito fazer uma ressalva. Não estaria escrevendo essa prosa, caso uma boa alma, um senhorzinho, não me desse o seu ingresso para eu entrar no complexo juventino. Em meio aos meus passos perdidos, descubro que as bilheterias estavam fechadas. Questiono outro torcedor desnorteado e ele solta uma ofensa impublicável sobre o nosso time de coração. Começamos bem.

Adentro, enfim, e retorno 73 anos na história. Jogadores com vestimentas magníficas: camisas manga compridas, lisas, apenas com escudos antigos e golas semelhantes a um guardanapo. Calções e meias impecavelmente polidos. Bola (aparentemente) de couro e laranja. Árbitros com vestimentas feitas sob medida. Até os instrumentos (leia-se apito e bandeirinhas) proporcionavam som e cores, respectivamente, da época. Estava imerso neste universo quando alguém me atentou para um detalhe nada discreto: as chuteiras coloridas. Uns até encarnavam o “figurino” de época e jogavam com as raras peças pretas, mas a grande maioria não.

Chega de ti-ti-ti. Aos fatos: o Germânia venceu o Juventus por 1 a 0. Gol de… Ninguém. O placar terminou em branco, contudo, o número 1 refere-se ao número de escanteios. Germânia venceu pelo número de escanteios!? Como!? Na regra, seguindo os padrões dos extintos Torneio-Início, o primeiro critério de desempate são os escanteios, seguido de cobranças de pênaltis – o mesmo batedor cobra três penalidades, e, se precisar de alternadas, o próprio continua batendo. Além disso, há outras preciosidades no regulamento, como, por exemplo, a possibilidade de recuar a bola para o goleiro sem ser punido, a ausência de cartões e placas de substituição, e a duração do jogo (dois períodos de 20 minutos, número que varia nos dois jogos finais).

Não duvido, ou melhor, acredito que alguns palestrinos abandonaram este texto com o argumento semelhante da minha professora de Redação no colegial: fuga do tema. Cadê o Palestra? Cá estamos. Aos gritos de “Ê ô, ê ô, Evair é o terror”, o homem que nos tirou da fila entra no gramado. Edu Bala, da segunda academia, também. Adãozinho, campeão da Série B, segue os passos. Adãozinho? A competição baseava-se em cinquentões e sessentões (com barrigas nada salientes), mas o volante eternizado pelo Azulão atuava profissionalmente até outro dia. Melhor para nós. Esquerdinha, outro parceiro de São Caetano, o acompanhava. Faltava um. O último, atrasado, de propósito, era o maior: o Divino. Gritamos e celebramos como se ele anotasse o seu 154º gol pelo Verdão. Porém, aos 72 anos de vida, se limitou a correr alguns metros.

A bola rolou e paralisei na arquibancada. Não dava para tirar o olho do camisa 10. Esse momento seria a segunda oportunidade que o assistia in loco. Na primeira, estava sem óculos e, no Pacaembu lotado para a despedida de nosso santo milagreiro, não lembro de quase nada. Apenas de proclamar palavras de baixo calão para Edílson, o Capetinha, quando ele roubou a bola do Divino.

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Pois bem. Ademir, agora, estava na minha frente, em um campo minúsculo, por alguns inesquecíveis minutos. Eu, obviamente, prevenido contra minha miopia. A conjuntura perfeita. O bailar, o controle, a calma, a discrição eram os mesmos de antes. Ele continuava acertando todos os passes. A redonda sorria quando estava em seus pés. Ele nos fazia sorrir. Ele poderia fazer um gol contra que aplaudiríamos. No entanto, o maior pecado dele foi uma falta. Ridículo, o juiz. Apitar contra Ademir deveria ser um crime inafiançável.

A partida foi bacana, também. Jorginho, aquele do porco (da Placar), tirou o goleiro e abriu o marcador. Sofremos a virada do Paulistano em um piscar de olhos, com lances bobos. Doeu olhar Ademir cabisbaixo. Os técnicos, talvez o leitor conheça: Dudu, o fiel escudeiro do Divino, e Leivinha. Dudu, simplesmente, encarou o jogo como Copa do Mundo. Gritou mais que Felipão, falando nisso. Esse é dos meus, pensei. Ganhou tudo com o Verdão e perder em amistoso, bolinha de gude, vestindo o célebre manto, era insanidade.

Ficamos em êxtase quando Evair triscou, empatando o placar. A caixinha dos meus óculos foi pelos céus, e, durante alguns segundos, não liguei. O garoto do banco atrás estava com ela no colo, e me devolveu com gargalhadas. Viramos no bumba-meu-boi com um pênalti claríssimo. Estávamos na final.

Como o texto possui o intuito alviverde, preciso fazer uma observação. Que senhor jogador era aquele camisa 8 do Juventus! Contra o Germânia, mostrou o cartão de visitas. Contra o Paulistano, consagrou-se. Não fez nenhum gol, nenhuma assistência, e não salvou nenhuma bola em cima da linha. Não precisava. Estava em todos os lugares do campo, com brio, com 50 anos nas costas, com classe. Assemelhava-se fisicamente com Ciro Gomes ou Sávio Spínola, talvez uma mescla de ambos. Não falei o melhor: era primeiro volante. Uma aula para os brucutus da posição. Que inteligência dentro das quatro linhas. O terceiro lugar ficou com o Moleque Travesso após explorar o rombo da defesa adversária, e anotar cinco tentos a zero.

Poderia divagar sobre o dramalhão na final entre Palestra e Germânia. Poderia falar o quanto Evair nos deixou felizes ao marcar o pênalti libertador e vitorioso. Poderia dizer muitas coisas. Mas apenas dois fatos marcaram o segundo título do centenário: Ademir não estava em campo, e Dudu foi nada menos do que incrível. Como esbravejou, avisou, reclamou. Estava quase no meio-campo gesticulando, muitas vezes. Chegou ao ponto de receber um tapinha no ombro do atleta adversário e não gostar. Fora isso, e Evair, não abrimos um sorriso sequer. Quase perdemos um torneio nosso! Uns dirão: isso é Palmeiras. Porém, é assim com Botafogo, Flamengo, Corinthians e todos os outros. Sofremos e nos reerguemos sucessivamente.

Por fim, aguardava ver o Divino comemorando. Não o vi. Mas vi Adãozinho beijar um escudo que ele desconhece sua grandeza – e desconfio desse amor. Na saída, recebo outra dádiva de Deus: Dudu estava tirando fotos. “Dudu, por favor, uma foto!”. Ele acena positivamente, mesmo querendo ir embora. Eu o agradeço e ele sai. Não acredito no registro. Uma certeza fica incontestável: precisamos de mais Dudus no Palmeiras, sempre.

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Tags: Palmeiras100Anos
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João Almeida

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Quando criança, só pensava em jogar futebol. Quando adulto, descobriu que poderia escrever sobre o esporte bretão. Gosta de contar histórias, de personagens e muito além do que acontece dentro das quatro linhas. Nascido em Pirassununga, interior de São Paulo, e jura que o melhor lugar de todos é, sem dúvida, o cimento do Estádio Bellarmino Del Nero, casa do Clube Atlético Pirassununguense.

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