Juninho é um ídolo local. Reconhecido nas ruas, cumprimentado por estranhos, e, nas horas vagas, atua como zagueiro. Sim, isso mesmo, apenas nos momentos de lazer, pois, seu principal emprego, é ser ídolo de uma cidade de 70 mil habitantes.
Era, literalmente, um filho abraçado pelo simples motivo: conseguiu ser jogador de futebol. “Deu certo”, dizemos. O conheci pela primeira vez na saída do estádio do time em que fez história. Ele, na oportunidade, acenou para um desconhecido com um sorriso amarelo. Deveria estar exausto de acenos e sorrisos. Compreensível.
Foi tão ídolo que parou no Guarani de Campinas e marcou, acreditem, o primeiro gol, do primeiro jogo, do primeiro Campeonato Brasileiro de pontos corridos, em 2003. De cabeça, como bom zagueiro. Graças aos “gols da rodada” do Jornal Nacional guardei essa lembrança comigo como mais um dentre tantos méritos de Juninho.
Esse fanatismo de menino se perdeu depois de um tempo.
Até um sábado ensolarado, numa quadra de society, encontrar um rapaz como responsável pelo lugar e ficar com aquela sensação de conhecê-lo do passado. Só dei conta de quem era, de fato, quando um terceiro o chamou pelo nome.
O dia não poderia terminar mais improvável quando, ao falar sobre pôquer com um amigo, Juninho disse que também gostava do jogo de fichas e baralho. Minutos depois, estávamos em mesas de boteco, ao lado da quadra, apostando e blefando num jogo de pôquer improvisado. O vencedor? Não houve tempo para tal êxito. Mas tempo suficiente para render uma boa história de um torcedor que nunca o assistiu jogar.
PS: Juninho ficou conhecido na cidade de Pirassununga, onde jogou no time da cidade por um ano (2001), o Pirassununguense. Depois, foi beneficiado pela parceria do clube do interior com o Guarani, time que foi sua casa por mais de três anos. Ele ainda jogou no Atlético Paranaense, Ceará, Fortaleza, entre outras equipes.
*Na foto, dentre tantos rostos conhecidos, Juninho é o último em pé à direita.
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