Esse texto faz parte do “projeto Série B de Primeira”, que pretende gerar uma cobertura intensa da Série B de 2021 no Última Divisão. Atingimos a 1ª meta do financiamento coletivo e portanto haverá uma coluna semanal aqui no site. Veja como está o andamento das outras metas e apoie o projeto.
Depois de analisar os técnicos na primeira coluna “Série B de Primeira”, chegou a hora de analisar os elencos. São 20 times, então vamos dividir em pequenos grupos, para conseguir falar mais sobre cada um. Nesta primeira parte, vamos falar das contratações dos times que caíram na temporada passada. Botafogo, Coritiba, Goiás e Vasco estão com estratégias diferentes no mercado da bola.
Botafogo
O clube se apressou para contratar e está ativo no mercado da bola. A maioria dos reforços do Botafogo é experiente e conhece a Série B. Mas muitos deles nunca tiveram a chance de jogar em um time com tanta visibilidade, então devem entrar “com fome” de acesso.
O que falta é ter mais gente com qualidade para decidir jogos. O técnico Marcelo Chamusca vai ter que apostar na coletividade.
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Douglas Borges: é um goleiro que sempre foi bem no Voltaço. Se não sentir a pressão, vai ser importante enquanto Cavalieri e Gatito estão lesionados – ou se eles saírem, o que já foi cogitado. No mínimo será um reserva bem cotado. Dificilmente o Botafogo sofrerá com goleiros nessa temporada, porque ainda tem o jovem Diego Loureiro no elenco.
Gilvan: é um zagueiro experiente e tem bom jogo aéreo. A zaga estava carente de nomes melhores, mais regulares, e foi devidamente reforçada.
Joel Carli: é importante ter um ídolo e referência nesse momento de dificuldade. Carli tem limitações físicas, mas de alguma forma será importante, seja em campo, na zaga, ou como líder, nos bastidores
Jonathan: em uma posição problemática pro Botafogo, a lateral direita, vai ser importante ter alguém que saiba fazer o feijão com arroz sem comprometer.
Marcinho: é um meia-atacante com alguns bons momentos na carreira, mas não vejo potencial para crescimento. A vantagem é que conhece a Série B e também o técnico, pois jogou pelo Cuiabá no ano passado.
Matheus Frizzo: meio-campista jovem e com boa formação, no São Paulo e no Grêmio. Tem futuro se ganhar confiança.
Pedro Castro: é muito irregular. Às vezes parece ser técnico e útil. Às vezes é lento e sumido. Mas conhece a Série B e parece que será o substituto do Caio Alexandre. Deve jogar com frequência.
Ronald: foi bem na Série B de 2020, pelo Botafogo-SP. É rápido e dá trabalho pela movimentação.
Felipe Ferreira: não está confirmado como reforço, mas quase. É um meia-atacante que tem uma movimentação inteligente. E é outro jogador que conhece Chamusca porque atuou pelo Cuiabá na temporada passada.
Coritiba
É uma reformulação completa. O Coritiba é o que mais contratou entre os 4 citados nessa coluna. E criou condições de montar um time totalmente novo, pois tem atletas para quase todas posições.
O perfil é um pouco misturado: tem veteranos, tem jogadores mais conhecidos e também tem jovens apostas.
Jhony Douglas: é um volante de 23 anos e já teve bons momentos pelo Paraná, apesar do rebaixamento na temporada passada. O desafio é ter mais regularidade.
Léo Gamalho: esse é veterano, tem 35 anos, mas vem de ótimas temporadas. Na mais recente, chegou a ser o artilheiro do Brasil por um bom tempo, disputando a Série B. Tem tudo para ser o homem gol do time, até porque está bem acompanhado no ataque.
Lucas Nathan: o meia tem só 22 anos e foi bem no Campeonato Mineiro pela Caldense. Depois ainda disputou a Série D, com menos destaque. Mas é uma boa observação do Coxa. Vale a aposta.
Luciano Castán: zagueiro experiente, de 31 anos, que jogou a Série B pelo CSA no ano passado. Não é nenhum primor, mas deve ser importante.
Robinho: é aquele meia ex-Palmeiras, Cruzeiro, Grêmio e… Coritiba. Conhece o clube e está com 33 anos. Costuma sofrer com problemas físicos, mas fez um contrato por produtividade. Se jogar, deve se destacar.
Romário: é um lateral esquerdo que sabe fazer o básico e tem experiência na Série B, pois jogou pelo Cuiabá na temporada passada. Contratação segura em uma posição que o Coritiba precisava bastante.
Taílson: tem 22 anos e já foi visto como promessa no Santos. Houve até um boato de interesse do Barcelona. Mas na prática nunca mostrou nada demais. Se tiver sequência no Coxa, pode decolar, mas a concorrência no ataque é complicada.
Val: é jovem, tem só 23 anos, e já possui experiência na Série B. Não deve ser grande destaque, mas a versatilidade é importante, pois pode jogar como lateral direito e volante.
Valdeci: é mais uma observação interessante do Coritiba, pois o meia estava no Sportivo Luqueño-PAR. Mas o meia de 26 anos teve pouco destaque no Brasil, apenas no Ferroviário.
Waguininho: esse é um atacante bem rodado, com 30 anos, e que conhece a Série B. Joga pelas pontas e arrisca bastante, errando muitas vezes, mas quase sempre dando trabalho.
Wellington Carvalho: é zagueiro, tem 28 anos e também já rodou por vários clubes. Nunca vi muitas qualidades nele, mas pelo menos é experiente e conhece a Série B.
Willian Farias: é mais um jogador que conhece o clube e pode ser importante, mas é preciso ver como ele está fisicamente.
Goiás
O Goiás terminou a temporada com algumas boas peças e está com pouco poder de investimento. Então ainda não agiu muito no mercado. As contratações serão poucas e precisam ser precisas.
Só vieram 2 reforços até agora. Mas o vexame diante do Boavista, na Copa do Brasil, deve fazer a diretoria se movimentar, porque o elenco tem problemas sim.
Ivan: é uma boa captação do Goiás, pois se trata de um lateral que bate bem na bola. Foi um dos melhores jogadores do Campeonato Gaúcho e teve bons momentos na Série D. Mas já está com 28 anos, então precisamos ver se foi uma temporada de exceção ou se pode ser tratado como “Canhão da Serrinha” mesmo, como foi anunciado.
Vinícius Popó: tem só 20 anos. Lembro que ele me impressionou na Copinha, pelo Cruzeiro, mas fez poucos jogos entre os profissionais até agora. Parece que ainda não amadureceu o suficiente. Talvez terá o espaço ideal para evoluir no Goiás.
Vasco
Ao contrário do rival Botafogo, parece que o Vasco está buscando jogadores com mais experiência na Série A. Pelo menos esse é o perfil dos contratados por enquanto. Isso dá qualidade, mas jogar a segunda divisão é diferente. Seria bom ter mais reforços que conheçam a competição.
Ernando: esse é um dos poucos que conhece mais a Série B, onde já jogou por Goiás e Inter. Mas no geral é um zagueiro mais acostumado a disputar a Série A. Tem tudo para ser titular absoluto e elevar o nível da zaga do Vasco.
Léo Jabá: a primeira impressão deixada no Corinthians não foi boa. Mas há indícios de que ele evoluiu na Europa, passando por Rússia e Grécia. É um atacante bem jovem e pode ser útil em um setor que precisa de mais qualidade mesmo.
Marquinhos Gabriel: é uma contratação bem arriscada, porque não se destaca há muito tempo. Se estiver bem fisicamente e com vontade de jogar, pode até ser um diferencial na Série B.
Morato: ganhou destaque no Ituano, mas conseguiu poucas chances no São Paulo e no Sport. Recentemente ajudou o Red Bull Bragantino a subir pra Série A. É um bom meia-atacante, mas não é protagonista. Dar a camisa 10 pra ele foi arriscado.
Zeca: foi bem demais no Santos, mas nunca entendi a queda de rendimento no Inter. Vai ter uma ótima chance para recuperar o bom futebol, seja na lateral esquerda ou na direita.
Vanderlei: já foi um goleiraço e inclusive venceu a Série B duas vezes, pelo Coritiba. A idade (37 anos) e a reserva no Grêmio causam alguma desconfiança. Mas o Vasco precisava de um goleiro experiente e soube encontrar uma boa opção.
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