Por questões políticas, Kosovo ainda é uma seleção que nem está filiada à Fifa. Mesmo assim jogou seu primeiro amistoso nesta quarta-feira: empatou por 0 a 0 com o Haiti. Ótimo! Ninguém merecia sair derrotado em um jogo cheio de carisma como esse. Mas a seleção de Kosovo tem potencial para ir muito mais longe.
Afinal, uma guerra no fim da década de 90 fez com que muitas famílias fugissem em busca de paz, levando consigo dezenas de futuros talentos, garotos que hoje defendem outras seleções. O Última Divisão levantou quem são esses jogadores e concluiu que eles podem ajudar a formar uma seleção forte e respeitável na Europa.
Procuram-se zagueiros e atacantes
O sistema defensivo seria o maior problema da seleção. O melhor goleiro jogou contra o Haiti – é Samir Ujkani, reserva do Palermo-ITA. Nas laterais não há destaques, mas a zaga poderia ter dois jovens com boa passagem pelas categorias de base da Suíça: Beg Ferati e Taulant Xhaka, que apesar de ser volante, já atuou como zagueiro na base e poderia “quebrar o galho”.
No meio, sobram talentos. Os naturalizados suíços Valon Behrami (Napoli-ITA) e Xherdan Shaqiri (foto; Bayern de Munique-ALE) são os mais famosos, mas há também o jovem Januzaj (Manchester United-ING), que tem potencial para virar craque; e Granit Xhaka (Borussia Mönchengladbach-ALE), que pode jogar mais recuado. Sem contar Albert Bunjaku, que foi o principal destaque de Kosovo no amistoso contra o Haiti e certamente teria espaço na futura seleção.
É verdade que ainda faltam centroavantes de qualidade para Kosovo, mas uma boa opção seria convencer Erton Fejzullahu (Djurgarden-SUE) a desistir de atuar pela Suécia. Agon Mehmeti (que pertence ao Palermo-ITA, mas está no Olhanense-POR) e o veterano Bekim Kastrati (TuS 64 Bösinghoven-ALE) também seriam boas opções para a posição.
Assim, um possível time base forte para Kosovo seria: Ujkani; Avni Pepa, Beg Ferati, Taulant Xhaka e Anel Raskaj; Behrami e Granit Xhaka; Shaqiri, Bunjaku e Januzaj; Fejzullahu. A reserva da seleção ainda poderia contar com outros jovens jogadores que atuam na nata do futebol europeu, como os meio-campistas Lorik Cana (Lazio-ITA), Valdet Rama (Real Sociedad-ESP) e Përparim Hetemaj (Chievo-ITA).
Opção por Kosovo e filiação atrapalham
Poucos dos citados são conhecidos, mas a maioria já atua em grandes centros da Europa e traria experiência para Kosovo evoluir rapidamente, o suficiente para vencer o Haiti e também seleções fracas da Europa. É possível até que Kosovo não fizesse feio nas Eliminatórias do continente, como hoje fazem Malta, Ilhas Faroe, Andorra, Chipre, Liechtenstein e outras nanicas.
O grande problema é que a maioria desses jogadores já atuou por outras seleções. Eles poderiam passar a jogar por Kosovo caso a Fifa aprovasse a filiação da seleção, mas nem todos manifestaram essa vontade ainda. De qualquer forma, seria um processo natural, como aconteceu com a Croácia nos anos 90. Davor Suker e outros jogadores atuaram pela Iugoslávia, mas depois formaram a base da Croácia que foi longe na Copa do Mundo de 98.
Já imaginou ver Kosovo na semifinal de uma Copa do Mundo?
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