Depois do humilhante 7 a 1 aplicado pelo Alemanha, os brasileiros passaram a detonar a seleção nacional, os jogadores e a CBF. Eles merecem, claro, mas é preciso fazer algo mais: exaltar a Alemanha, uma seleção que se reergueu após um vexame que aconteceu há exatamente 10 anos.
Vice-campeã mundial em 2002, a Alemanha de 2004 ainda tinha vários atletas daquela campanha, como Schneider, Hamman, Ballack e Klose, todos sob comando do técnico Rudi Völler. Apesar do sucesso recente, o time já chegou sob desconfiança, por ter ido mal nas Eliminatórias da Eurocopa – avançou em 2º lugar no Grupo D.
O primeiro jogo na Eurocopa foi contra Holanda e não trouxe tanta preocupação – terminou empatado por 1 a 1, e a Alemanha mostrou um futebol seguro.

Mas o grande problema veio em seguida: o adversário seguinte era a surpreendente Letônia. Ninguém esperava que o time sequer estivesse na Eurocopa, muito menos que arrancasse ponto de uma tricampeã do mundo.
Mas foi o que aconteceu: retrancada, a Letônia marcou forte e praticamente não foi ameaçada. Além disso, teve uma grande chance com o “craque” Verpakovskis e reclamou de dois pênaltis não marcados. Fim de jogo: 0 a 0.
Veja um dos pênaltis não marcados (aos 30 segundos do vídeo) e tire suas próprias conclusões
A Alemanha foi para a última rodada precisando vencer a Repúlica Tcheca, que já estava classificada e por isso usou reservas. Mesmo assim os germânicos perderam por 2 a 1 de virada e foram eliminados. Pela segunda vez seguida a Alemanha caía na primeira fase da Eurocopa.
Desde então, a Alemanha desenvolveu um grandioso projeto de reformulação. O país seria sede da Copa do Mundo de 2006, então queria fazer bonito, mas não focou apenas isso. Criou um projeto de longo prazo, que envolveu as categorias de base e até a Bundesliga.
No comando, Joachim Löw participou de tudo (como assistente até 2006 e técnico até hoje) e ainda usa jogadores que estavam naquela tragédia, como Lahm, Klose e Schweinsteiger. Impossível resumir como funcionou todo esse projeto, fica para outro post. Mas é inegável que tudo isso influenciou em outro vexame, agora brasileiro, o “7 a 1 eterno”, o “Mineirazo”. Será que o Brasil também aprenderá com esse vexame?

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