A segunda passagem do atacante Fausto pelo Linense está perto do fim. Com contrato até 30 de junho de 2010, são grandes as chances de o jogador defender outro clube depois da Copa do Mundo. Caso isso aconteça, o time do interior de São Paulo pode perder o jogador sem receber qualquer tostão. Fausto, aliás, já teve proposta recente para deixar o Linense. O próprio jogador admite que foi procurado pelo Incheon United, da primeira divisão da Coréia do Sul. Porém, chegou a um acordo com o presidente do Linense, Rogério Câmara, para defender o time de Lins até o fim da Série A-2 do Campeonato Paulista. A meta é levar a equipe à primeira divisão.
Mas, segundo apurou o Última Divisão, a negociação esteve muito perto de se concretizar. O time sul-coreano procurou primeiro o jogador e fez uma boa proposta, que foi aceita de prontidão. Quando foi negociar com o Linense, porém, a conversa foi diferente. O Incheon ofereceu US$ 50 mil, mas o Linense pediu o dobro. Os sul-coreanos não titubearam e aceitaram a proposta, mas o Linense decidiu aumentar a pedida para US$ 200 mil. O valor foi recusado pelos sul-coreanos e recuado para US$ 150 mil. Na hora do acerto, porém, o Linense desistiu do negócio. E o Incheon, com pouco tempo para inscrever Fausto na K-League, nem insistiu.
Mesmo assim, Fausto deve deixar o Linense após o fim da Série A-2 para buscar maior visibilidade em outro clube. Ele não tem preferência por jogar no Brasil ou no exterior, quer apenas disputar bons campeonatos. Depois da proposta do Incheon, um novo grupo de dirigentes sul-coreanos veio ao Brasil para observá-lo e o Oriente pode ser o seu destino. A Europa também pode ser um destino, e neste caso possuir o passaporte italiano (que o torna comunitário) é seu grande triunfo. Até mesmo disputar a primeira divisão do futebol brasileiro no segundo semestre é uma opção, como aconteceu em 2008, pelo Goiás. Nada está definido, nem descartado.
UD: Você estava para sair agora, né?
Fausto: Eu tive uma proposta do futebol da Coréia (do Sul), do Incheon United, que fez uma era boa para mim. Mas conversei com o presidente (do Linense, Rogério Câmara) e chegamos num comum acordo pela minha permanência até o fim do contrato.
UD: Mas essa não seria sua primeira passagem pelo exterior. Como foram as outras?
Fausto: Tive uma oportunidade na Alemanha, mas fui para um clube muito desorganizado. Eles estavam na segunda divisão quando fui contratado, no fim da temporada 2002/2003. Depois teve uma mudança na presidência, que estava colocando a casa em ordem, mas o time acabou rebaixado duas vezes na mesma temporada, uma no campo e outra por falta de pagamento e dívida trabalhista acumulada pela administração anterior. Eu fiz um contrato de dois anos e a gente foi parar na quarta divisão. Aí num ano subi para a terceira e acabei saindo quando estávamos nesta divisão.
UD: E foi boa a passagem por lá?
Fausto: Foi bom, principalmente profissionalmente. Evolui muito como jogador, tive um treinador croata que me ensinou muita coisa. Como pessoa também foi bom, aprendi outra língua, outra cultura. Hoje não sei muito mais sobre alemão, por exemplo, porque já fazem seis anos que não pratico. Lá, cheguei até a ser capitão do time, então tinha que saber me comunicar com o árbitro, com os companheiros. Hoje em dia ainda tento por num jornal alemão na TV paga para ir lembrando, mas esqueci tudo.
UD: E depois veio a Grécia…
Fausto: Sim, tive uma passagem curta pela Grécia. Também fui contratado no meio da temporada e depois de seis meses, mudei de ideia e voltei para o Brasil. Mas não tenho nenhum problema para morar fora do país, não. Sou um cara muito caseiro, e se tiver uma boa comida, internet para se comunicar com o pessoal daqui e uma TV que tenha canal de esportes, está bom. Não sou de muita farra, de ficar saindo. Não tenho problema de adaptação, não.
UD: Houve alguma proposta do Palmeiras? E de outros clubes da Série A?
Fausto: Houve um boato sobre isso, mas ninguém me procurou. Pode ter procurado o clube, mas aí o clube não me passou nada. Por isso, não tenho como falar nada sobre isso. Esse tipo de assunto eu costumo deixar com o meu procurador para eu não perder meu foco aqui no Linense.
UD: Tem sonho de jogar por algum clube específico?
Fausto: Não, não tenho. Tenho vontade de voltar a atuar por um time grande pela visibilidade mesmo. Até mesmo no exterior, se você for para um time de ponta pode acabar realizando isso lá. Gosto de disputar grandes campeonatos. Se estiver num país estrangeiro, mas disputar um campeonato grande, acho que vale a pena.
UD: Tem alguma meta na carreira que ainda pretende alcançar?
Fausto: Ah, me firmar em um grande clube. Tive essa passagem no Goiás e vi que não muda absolutamente nada para o interior. A única diferença é a mídia e o fato de ser um clube que tem mais dinheiro. Dentro de campo muda pouca coisa, e eu tenho essa vontade de jogar pela publicidade que dá. A gente está sempre querendo o melhor na nossa profissão, e o melhor é estar disputando os torneios de maior visibilidade.
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