Dentro de campo, Fausto é um atacante difícil de ser marcado. Com boa estatura e posicionamento apurado, costuma dar trabalho aos adversários do Linense. Em poucos toques de bola (às vezes, apenas um chute ou cabeceio), o jogador pode decidir até mesmo as partidas mais difíceis para o clube do interior paulista. Porém, há um momento que Fausto “trava” e não tem a mesma velocidade e desenvoltura dos gramados: os exames antidoping das partidas fora de casa.
No jogo diante do Pão de Açúcar, no último domingo, o artilheiro demorou quase uma hora para conseguir reunir a quantidade necessária de urina exigida pela Federação Paulista de Futebol (FPF). O pai do jogador conta que aquela era a terceira vez que a dificuldade se repetia na temporada, mais uma vez fora de Lins. “Uma vez esperei ele até uma da manhã”, queixou-se o pai a mim, pobre repórter que lhe fazia companhia no estacionamento da Rua Javari, em São Paulo, aguardando o momento para a entrevista previamente marcada.
Do lado de fora, já dentro do ônibus, todo o elenco do Linense aguardava o craque para enfrentar os 450 km de estrada que ligam a capital à cidade-sede do clube. Mas o relógio já marcava meio-dia e ninguém havia almoçado, o que aumentava ainda mais a angústia pela “conclusão” de Fausto. O “gol”, porém, não veio tão cedo e o pai de Fausto decidiu, em concordância com a diretoria, liberar a delegação. O atacante voltaria para casa com a família, que o acompanha em praticamente todos os jogos.
Quando o sol deu lugar a chuva e só restavam pai, repórter, funcionários do Juventus e da FPF na Javari, eis que Fausto ganha um incentivo inusitado do progenitor. “E essa chuva, Fausto, não ajuda?”, disse-lhe o pai, pouco antes de saber pelo próprio filho que o exame, enfim, havia sido concluído. Trabalho feito, Fausto pegou um refrigerante – cortesia da FPF – e atendeu o Última Divisão com a atenção que lhe é característica. E o resultado você vê nesta semana, em entrevista exclusiva. Aguardem!
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