Início de campeonato é sempre assim: várias apostas, listas de prováveis campeões e futuros rebaixados, mas nada pode superar as imprevisibilidades do futebol brasileiro. Ainda mais quando estamos falando de Série B.
No decorrer da última semana, o Operário foi colocado como candidato ao rebaixamento, coadjuvante e meio de tabela. Diferente de 2021, quando esteve entre as promessas e até os candidatos ao acesso.
Porém, no decorrer da temporada, o Fantasma foi passando por alguns problemas e acabou o ano lutando para não cair. Só conseguiu espantar o drama do rebaixamento na penúltima rodada.
O ano de 2022 começou meio que sem nenhuma expectativa. Até o término do Campeonato Paranaense, não houve mudanças significativas, apenas uma ou outra contratação pontual – como os meias Pavani e Reina e os volantes Fernando Neto e Lucas Vital.
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Sobrando no Paranaense e sempre figurando entre os primeiros colocados, o Operário foi para a Copa do Brasil confiante. Porém, o time do Real Nordeste surpreendeu e o Operário caiu já na primeira fase.
A pressão começou a aumentar. No primeiro jogo das quartas de final do Paranaense, contra São Joseense, o Operário jogou muito mal e a situação começou a apertar para o técnico Ricardo Catalá. Somente após a conquista da vaga para a semifinal em casa é que foram anunciados o desligamento do técnico e a contratação de Claudinei Oliveira.
Enfim, um técnico experiente
A contratação de Claudinei Oliveira foi uma surpresa para a torcida. A diretoria do Operário sempre aposta em nomes pouco conhecidos, até mesmo para não cometer loucuras na folha salarial.
Trazer um técnico como Claudinei mostra que algo mudou dentro do clube. Um comandante experiente e que sabe disputar a Série B? Esse é o perfil de Claudinei que comandou o Avaí no acesso à Série A em 2021.
Ouvir Claudinei falar traz até paz – ele é consciente do tamanho do Operário e do trabalho que tem pela frente. Mesmo com a eliminação do time nas semifinais do estadual para o Maringá, a torcida se mostra feliz e confiante no trabalho técnico.
Com poucos dias de trabalho, já começou a ver alguns problemas. Entre eles, o elenco enxuto que o OFEC tinha. Aí veio uma avalanche de contratações.
Elenco reforçado
Claudinei começou reforçando o ataque. Trouxe o centroavante Júnior Brandão, repatriou o meia-atacante Rafael Oller, contratou o atacante Kalil (um dos destaques do Paranaense pelo São Joseense), chamou o seu velho conhecido Saraiva e, por fim, trouxe o experiente Silvinho para fechar o ataque.
Mais atrás, o Operário contratou o volante Ricardinho, de 33 anos. E a mais badalada aquisição foi do goleiro Vanderlei, de 38 anos, que estava no Vasco na última temporada.

Na zaga a volta do zagueiro Alemão foi comemorada, além da aposta no jovem Ronald. E para reforçar o elenco, Raphinha chega para buscar a vaga na lateral esquerda.
A única baixa já confirmada é do volante Leandro Vilela, a caminho do Guarani. Mas especula-se que o goleiro Simão siga para outro time.
O Operário vem para a série B com um elenco de 35 atletas. Foram muitas contratações, mas o um dos problemas do OFEC tem sido o departamento médico lotado.
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Estreia modesta
O Operário estreou no último sábado (9) contra o Tombense e conseguiu um empate magro fora de casa por 1 a 1, com gol do novato (e essencial) Saraiva.
Com dois gols anulados para o lado dos donos de casa, o time do Operário mostrou que ainda precisa de ajustes. Mas uma coisa é clara: Saraiva é titular, e ninguém discute isso.
As expectativas do torcedor ainda são pequenas: conquistar os 45 pontos e se manter na Série B. Em uma competição é que é necessário ficar entre as quatro primeiras posições diante de rivais com o peso de Grêmio, Cruzeiro, Vasco, Sport e Guarani, ainda não é fácil sonhar com acesso.
Muita coisa pode acontecer, como já aconteceu na primeira rodada, com os empates de Vasco e Grêmio e o 2 a 0 do Bahia sobre o Cruzeiro. Sabemos que o Operário tem mesmo esse papel de coadjuvante e de meio de tabela, mas com certeza não vai lutar pra não cair.
Acredito que Claudinei Oliveira vai ter todo o tempo e capacidade de desenvolver esse elenco para nos manter vivos por muito tempo no campeonato.
Ainda não da pra sonhar, mas vai que o Operário assombra e mostra o poder de surpreender.
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