Começa nesta quarta-feira, na Suécia, a Uefa Women’s Euro 2013. A versão feminina da Eurocopa, que chega a sua 11ª edição, é menos conhecida pelo mundo do que sua versão masculina. Ainda assim, é uma competição de nível considerável e que atrai muita atenção no continente.
Por lá, o futebol feminino concentra suas forças basicamente na Europa Setentrional – nossa amiga Escandinávia. Quem foge do eixo é a Alemanha, e com moral: nas dez edições realizadas desde 1984, as germânicas venceram sete. Cinco dos títulos vieram nas cinco últimas disputas do torneio (1995, 1997, 2001, 2005 e 2009). Ou seja: não precisa refletir muito para colocar a Alemanha como a equipe a ser batida também em 2013.
Serão 12 seleções em ação, divididas em três grupos. Oito equipes passam às quartas de final, sendo as duas primeiras de cada chave e as duas melhores por índice técnico. As partidas serão realizadas em sete cidades: Gotemburgo, Solna, Norrkoping, Linkoping, Kalmar, Halmstad e Vaxjo. Curiosamente, a exemplo do que aconteceu na Copa do Mundo de 1958, a capita Estocolmo não hospeda partidas – a honraria fica com Solna, cidade vizinha.
Serão 25 jogos ao longo do torneio, que não tem disputa de terceiro lugar. A abertura, Itália x Finlândia, acontece nesta quarta-feira no Estádio Gamla Ullevi, em Gotemburgo, enquanto a final acontece no dia 28, na Friends Arena, em Solna.
Para você saber o que esperar, o blog preparou um pequeno guia da competição, destacando favoritas, destaques, desfalques, chances e curiosidades. Acompanhe:
GRUPO A
Suécia: favorita
As suecas, campeãs em 1984, despontam como candidatas à vaga nas quartas de final e, quem sabe, ao título. Não apenas por jogarem em casa, mas por contatem com a experiente técnica Pia Sundhage, bicampeã olímpica (2008 e 2012) e vice-campeã mundial (2011) com a seleção dos Estados Unidos. Destaque para as atacantes Sofia Jakobsson (Chelsea) e Antonia Goransson (Turbine Potsdam).
Dinamarca: candidata
Sem jamais ter chegado à final europeia, a Dinamarca deve se contentar com uma vaga nas quartas de final – qualquer coisa além disso é surpresa. O técnico Kenneth Heiner-Moller não conta com a goleira Heide Johansen, lesionada. Em compensação, a veterana atacante Katrine Pedersen foi convocada – aos 36 anos, Pedersen contabiliza mais de 200 jogos pela seleção local.
Itália: candidata
Com três títulos mundiais não-oficiais (1981, 1984 e 1986), a Itália nem de longe lembra um time tão competitivo nos dias atuais. Foram duas finais europeias, em 1993 e 1997, mas a geração atual comandada por Antonio Cabrini não apresenta o mesmo brilho técnico. Deve brigar com a Dinamarca pelo segundo lugar na chave – ou, na pior das hipóteses, por uma vaga como melhor terceira colocada.
Finlândia: zebra
É uma incógnita. Sem participações em Mundiais, avançou à segunda fase nas duas últimas edições da Euro – inclusive chegando às semifinais em 2005. Ou será o saco de pancadas, ou será pedra no sapato da chave. Para isso, o técnico Andrée Jeglertz aposta na atacante Sanna Talonen, do Orebro (Suécia).
GRUPO B
Alemanha: favorita
Dona dos cinco últimos títulos europeus, bicampeã mundial (2003 e 2007), a Alemanha é a principal candidata ao título do torneio. A técnica Silvia Neid perdeu muitos nomes por lesão, e já não conta com algumas veteranas de renome – casos de Birgit Prinz e Kerstin Garefrekes, por exemplo. Mas não se pode descartar um time com nomes como a meia Fatmire Bajramaj (terceira melhor jogadora do mundo em 2010) ou a atacante Célia Okoyino da Mbabi (41 gols em 79 jogos pela seleção).
Noruega: candidata
Com dois títulos continentais (1987 e 1993), deve passar com tranquilidade com a segunda vaga da chave, graças à concorrência. O técnico Even Pellerud não conta com as atacantes Isabell Herlovsen e Cecilie Pedersen, machucadas, mas ganhou um reforço para o torneio: a atacante Elise Thorsnes, recuperada da lesão mais inusitada e desinibida da temporada, foi convocada. Olho também na veterana meia Solveig Gulbrandsen.
Holanda: zebra
Emergentes no futebol europeu, as holandesas chegaram às semifinais da Euro 2009 e contam com o faro de gol das atacantes Sylvia Smit e Manon Melis. Ainda assim, o time sofre com a forte concorrência no grupo e com as lesões na lista do técnico Roger Reijners.
Islândia: zebra
É o melhor momento da história da seleção islandesa – o que não quer dizer muita coisa. A seu favor, o time tem o retrospecto contra a Holanda (foram duas vitórias nas eliminatórias para a Euro 1995) e com a participação de Margret Viarsdóttir no ataque. Ainda deve ser pouco.
GRUPO C
Inglaterra: favorita
É a seleção mais forte da chave e vem do vice-campeonato na Euro 2009. Ainda assim, está um degrau abaixo de Alemanha, Noruega e Suécia e outras potências. O principal nome à disposição da técnica Hope Powell é a atacante Kelly Smith, do Arsenal, conhecida como “Lady Beckham”.
França: favorita
Vem de bons resultados em competições recentes, como as quartas de final da Euro 2009 e o quarto lugar no Mundial de 2011. O técnico Bruno Bini não conta com a experiente Sonia Bompastor na defesa, mas nomes como a zagueira Laura Georges e a meio-campista Louisa Necib podem ajudar a conquistar bons resultados na chave mais fraca do torneio. Pode ser a hora de consolidar o futebol feminino francês, que já se destaca nos clubes da Europa.
Rússia: zebra
Com um time que atua integralmente na liga doméstica, o técnico Sergei Lavrentyev aposta no entrosamento para conquistar o primeiro resultado relevante da Rússia desde 2003 – na Copa do Mundo, as russas foram às quartas de final na ocasião. Corre por fora.
Espanha: candidata
Diferente da seleção masculina, a equipe feminina espanhola não é exatamente impressionante. A equipe tem um retrospecto modesto em Mundiais (jamais participou) e Eurocopas, tendo como melhor desempenho as semis na Euro de 1997. À disposição do técnico Ignacio Quereda, o principal destaque é a atacante Verónica Boquete, do Tyreso (Suécia).
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