No último dia 15 de janeiro, a Desportiva Paraense perdeu por 4 x 0 para o Internacional e se despediu da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Guerreira, a equipe de Marituba chegou às oitavas de final, ficando entre as 16 melhores do torneio, sendo, de longe, a melhor campanha de um clube do estado do Pará e da Região Norte do país.
Em uma região onde sobreviver de futebol é muito difícil, onde problemas financeiros e estruturais assolam a maioria dos clubes, é raro ver os times investindo em categorias de base. E isso se comprova nos resultados dos clubes no torneio sub-20. A seguir, temos uma lista com as melhores campanhas dos clubes da região Norte por Estado. O Pará chegou às oitavas; Amapá, Acre, Amazonas e Roraima conseguiram a “proeza” de classificar clubes para segunda fase. Rondônia e Tocantins nem isso conseguiram.
Pará
A melhor campanha do Estado, como já mostrado no início, é da Desportiva Paraense, que na edição de 2018 parou nas oitavas de final, ao perder para o Internacional. A equipe se classificou em segundo no grupo 7, que tinha Penapolense, Náutico e Linense.
Na segunda fase conseguiu um empate por 2 a 2 com o Marília após estar perdendo por 2 a 0 e, jogando em Marília, eliminou o time da casa nos pênaltis pelo placar de 4 a 3.
Na terceira fase reencontrou a Penapolense. E venceu o jogo, no finalzinho, por 1 a 0. Chegou nas oitavas e enfrentou o Internacional e aí a superioridade do time gaúcho prevaleceu. Os paraenses foram goleados por 4 a 0. A equipe terminou a Copinha entre os 16 melhores com 3 vitórias, 1 empate e 2 derrotas. Um feito inédito!
Os outros representantes do Pará na edição deste ano foram os dois grandes do estado, Remo e Paysandu. Porém, com campanhas pífias, ambos não passaram da primeira fase.
Acre
Maior representante do Estado na competição com seis participações, o Rio Branco é quem tem a melhor campanha entre os clubes acreanos.
Em 2017, o time terminou em segundo lugar em um grupo que tinha Santos, Audax-SP e Floresta-CE. Chegou à segunda fase, onde foi eliminado pelo Avaí. Terminou a competição com 1 vitória, 1 empate e 2 derrotas.
Nesta edição de 2018, o representante do Estado foi o próprio Rio Branco, mas a façanha não se repetiu. Com três derrotas e a lanterna do grupo 25, teve a segunda pior campanha do Acre na história.
Amapá
Em 17 anos de participação, o único clube do estado que chegou à segunda fase foi o São Paulo-AP. E a façanha foi alcançada nesta edição de 2018, na primeira participação do clube na Copinha.
O clube foi segundo colocado no grupo 31, que ainda contava com Santo André, ABC-RN e Nacional-SP. Na segunda fase, em um jogo duríssimo, empatou com a Portuguesa por 1 a 1. Nas penalidades, deu Lusa por 4 a 2. Terminou a competição com 2 vitórias, 1 empate e 1 derrota.
Amazonas
O Amazonas também tem 17 participações na Copinha. E a melhor campanha do Estado é a do Nacional-AM em 2008. O clube passou da primeira fase em um grupo que tinha Flamengo, XV de Piracicaba e Ypiranga-AP. No mata-mata da segunda fase caiu ao ser goleado por 5 a 0 para o Fluminense. Acabou o torneio com 2 vitórias e 2 derrotas.
Neste ano, o Fast Clube representaria o Estado na competição, mas, sem dinheiro para custear as passagens e demais despesas, acabou desistindo de disputar o torneio.
Roraima
Em 13 participações de clubes roraimenses na Copinha, quem tem a melhor campanha é o São Raimundo-RR. Em 2016, o clube chegou à segunda fase após se classificar em segundo lugar, inclusive com a mesma pontuação do líder, Vasco (o grupo ainda tinha Guaicurus e Nacional-SP).
Na segunda fase caiu ao perder para o Juventus-SP por 3 a 0. Encerrou sua participação com 1 vitória, 2 empates e 2 derrotas. Nesta edição de 2018, o próprio São Raimundo-RR representou o Estado, porém foi vice-lanterna do grupo 18 e não passou da primeira fase.
Rondônia
O Estado tem representantes na Copinha desde 2001, porém nunca um clube rondoniense chegou à segunda fase. Quem ostenta a melhor campanha é o CFA (Clube de Futebol Amazônia), um clube já extinto. Em 2004, o CFA ficou em segundo lugar no grupo I (apenas o primeiro do grupo avançava), atrás de Portuguesa e à frente de Atlético-MG e Radium-SP. Terminou a Copinha com 2 vitórias e 1 derrota.
Na edição de 2018, o Ji-Paraná ficou com a missão de representar o Estado – e ela não foi bem cumprida. O clube foi lanterna do grupo 21, com 3 derrotas em 3 jogos.
Tocantins
Com participações na Copinha desde 2000, o Tocantins é o outro estado da região que nunca teve representantes na segunda fase do torneio. Quem possui a melhor campanha é o Palmas. Em 2005, o clube foi o vice-lanterna do grupo N, atrás de Atlético-MG, Atlético-PR e à frente de Palestra-SP. Encerrou a sua participação com 1 vitória, 1 empate e 1 derrota.
Na edição de 2018, o Capital foi o representante do Estado. Terminou na lanterna do grupo 6 com 1 ponto.
Com campanhas modestas, os clubes da região nunca foram protagonistas na Copinha. Na verdade, são protagonistas (infelizmente) quando o assunto são as maiores goleadas do torneio (Santo André 14 x 0 Santana-AP; Juventus-SP 12 x 0 São Raimundo-AM; Imagine-TO 0 x 12 Vitória; Flamengo 11 x 1 Ypiranga-AP; São Paulo 10 x 0 Palmas; São Paulo 10 x 0 Juventus-AC).
Quando isso irá mudar? Não sabemos. Na verdade, as categorias de base são apenas reflexos da versão “profissional” (alguns, nem merecem esse título) dos clubes. Onde já se viu uma enorme região, que possui sete Estados, ter apenas um clube na série B (Paysandu) e dois na série C (Atlético-AC e Remo)? Algo está errado. Melhorem, clubes da minha amada região Norte, melhorem.
Comentários