As duas divisões do futebol amazonense tiveram 16 times em 2021 – por ter se focado somente na Série D do Brasileiro da temporada, o Fast Clube não disputou o Barezão na temporada em questão. Destes, seis foram fundados após o ano de 2010.
Enquanto uns são exemplos de gestão profissional e são prospectos em potencial a nível nacional, outros ainda buscam o seu lugar ao Sol, ou mesmo retomar algum legado que já foi deixado.
Conheça esses times da ordem do mais recente para o mais antigo:
MANAUARA EC
Fundação: 30/11/2020
O Robô do Norte, fundado em Manaus pelo empresário Marcus Souza, é o clube profissional mais jovem do estado, e conquistou a Segundinha baré em 2021, vencendo o Operário de Manacapuru na final. Surge com um projeto interessante.
Um dos contratados da temporada 2022 foi o atacante Vitinho, cria da base do Internacional, com passagens pelo ABC, Campinense, dentre outros. Com apenas 24 anos, participou do vice-campeonato do Campinense na Série D e é a grande esperança de gols do clube laranja de Manaus.
AMAZONAS FC
Fundação: 23/5/2019
A Onça-Pintada da Zona Leste de Manaus surgiu graças um conjunto de empresários investidores e de diretores de clubes tradicionais da capital. Na sua primeira temporada, que foi no próprio ano de fundação, foi campeão da segunda divisão contra o São Raimundo – sim, aquele mesmo que foi vice da Série C de 1999 contra o Fluminense. O Tufão contava com Thiago Spice e Jonathan, estrelas do Manaus FC na época.
A grande contratação do Amazonas em sua breve história foi Maikon Leite, o medalhão vencedor da Libertadores 2011 com o Santos. Em 2022, Gabriel Davis é o craque do time, tendo atuado no Manaus, recentemente.
JC FC
Fundação: 11/1/2019
Apesar de já ter atuações amadoras, o JC Futebol Clube (que ganhou este nome em referência ao seu criador, o empresário João Carlos) se profissionalizou em 2019, mas disputou sua primeira competição profissional em 2020. Na segunda divisão, conseguiu o acesso, mas perdeu a final para o Clipper.
Porém, no futebol feminino, a equipe de Itacoatiara já despontou. Campeã amazonense de 2020, disputou a Série A2 do Brasileiro, tendo alcançado o mata-mata, no qual foi eliminado pelo Bragantino.
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ATLÉTICO AMAZONENSE
Fundação: 8/1/2018
Depois de muitos dissabores com projetos que envolviam Rio Negro, Tarumã e até mesmo Grêmio Barueri, o empresário Henrique Barbosa resolveu fundou seu próprio clube. Assim surgiu o Atlético Amazonense, o Pitbull da Amazônia.
O clube busca uma inédita vaga elite amazonense nas categorias masculinas, mas sua grande virtude está nas categorias de base. Participou de vários torneios locais e duas competições interestaduais. Em 2021, contou com o veterano Augusto Recife, que atuou por Flamengo, Paysandu e Cruzeiro.
MANAUS FC
Fundação: 5/5/2013
Certamente o mais prodigioso dos clubes da atualidade do Amazonas, foi criado por Luís Mitoso, nome conhecido da política local. Ganhou quatro edições do Campeonato Amazonense em cinco anos (2017. 2018, 2019 e 2021) e debutou na Série C do Brasileiro em 2020, após o vice-campeonato na Série D de 2019. Chegou à segunda fase do torneio nacional em 2021, porém não conseguiu o acesso.
O Gavião do Norte contabiliza ainda notáveis campanhas na Copa Verde, chegando Às semifinais em sua edição de 2018. Na Série D de 2019, foi derrotado pelo Brusque nos pênaltis, apesar desse não ter sido o grande jogo da campanha de 2019. Contra o Caxias-RS, houve uma grande hostilidade entre os torcedores, e ambas as partes foram aos hotéis em que os clubes ficaram hospedados e soltaram rojões e afins. O clube esmeraldino liquidou os grenás com 3 a 1 no agregado.
Seu coletivo tem sido a maior força da atualidade, e o seu craque histórico foi o meia Hamilton, que começou sua carreira como goleiro, passou por Nacional e Fast, e participou das três primeiras conquistas estaduais do Gavião do Norte. Saiu do Brasil para atuar em clubes de Kuwait e Tailândia.
IRANDUBA DA AMAZÔNIA
Fundação: 18/1/2011
Fechando a lista com o mais antigo desta lista de caçulas, o Hulk da Amazônia é o clube do Amazonas mais bem-sucedido no futebol feminino. Disputou a elite brasileira do futebol feminino, mas foi rebaixado para a Série A2 em 2020.
Se isso pode ser dito das meninas do Iranduba, o mesmo não pode ser dito da equipe masculina. Fez fracas campanhas no estadual e chegou a sair da edição 2021 do Amazonense sem somar um ponto sequer.
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Este texto, obviamente, não é contra as equipes mais tradicionais do estado, como o Nacional, Rio Negro, Penarol ou São Raimundo, mas mostra que os clubes precisam repensar suas formas de pensar o futebol, e que novos projetos renovam o esporte em um local em que ele foi posto em ostracismo por muito tempo. Algo que é tendência no futebol brasileiro, que são as novas formas de administrar os times, tomam raízes em terras barés e podem ser potenciais exemplos para o país, ao menos, para as regiões tão fracas quanto era o Amazonas.
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