A seleção da Turquia surpreendeu ao conquistar o terceiro lugar na Copa de 2002. O time que foi à Coreia do Sul e ao Japão era um apanhado de uma talentosa geração, com nomes como Rustu Recber, Alpay Ozalan, Hakan Sukur, Yildiray Basturk, Nihat, Emre Belozoglu e Umit Davala. No entanto, à frente de um time sólido e talentoso, estava um treinador que teve papel de destaque naquele desempenho: Senol Gunes.
Gunes nasceu em 1º de junho de 1952, na cidade de Trabzon (Turquia), e mesmo tendo demonstrado algum gosto pelo basquete na infância, consagrou-se como goleiro do Trabzonspor por 16 anos, do começo de 1972 até o final de 1987. Pelo clube de sua cidade natal, foi campeão turco em seis temporadas: 1975/1976, 1976/1977, 1978/1979, 1979/1980, 1980/1981 e 1983/1984. Chegou a ser convocado para a seleção turca em 31 ocasiões, mas em tempos de vacas mais magras para a equipe.
Após encerrar a carreira como goleiro, Gunes se tornou auxiliar técnico no próprio Trabzonspor já em 1988. Promovido ao posto de treinador pouco tempo depois, ficou duas vezes com o vice-campeonato nacional (1994/1995 e 1995/1996). Assim, em 2000, foi contratado para comandar a Turquia, após passagens por clubes como Antalyaspor e Sakaryaspor.
Nada que se destacasse até então, convenhamos. Embora a própria seleção vinha de resultados positivos, como a chegada às quartas de final da Eurocopa de 2000, Gunes era um técnico de currículo regular. Nada que justificasse uma aposta entre os melhores colocados na próxima Copa do Mundo. No entanto, depois de quatro anos sob o comando de Mustafa Denizli, a ascensão da geração turca se consolidou nas mãos de Senol Gunes.
O treinador era o homem certo no local certo no momento certo. Com o desempenho na Copa do Mundo de 2002, Gunes foi escolhido pela Uefa o melhor treinador do ano, além de ter sido apontado pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (a IFFHS) como o terceiro melhor treinador daquele ano – Luiz Felipe Scolari, por motivos óbvios, levou o prêmio. Em 2003, levou os turcos às semifinais da Copa das Confederações.
Só que, a partir daí, a coisa empacou. E a carreira de Senol Gunes entre os principais treinadores do mundo não decolou mais.
Em 2004, as expectativas em torno da participação turca na Eurocopa não se concretizaram. A equipe foi eliminada pela zebra Letônia ainda na repescagem, e Senol Gunes acabou demitido. Após meses “sabáticos”, foi recontratado pelo Trabzonspor, mas perdeu o emprego pouco tempo depois diante dos maus resultados. Depois de um ano parado, foi contratado pelo FC Seoul em dezembro de 2006, mostrando que os bons resultados da Copa do Mundo de 2002 ainda se podiam sentir entre os sul-coreanos.
Com três anos de contrato, Senol Gunes até que não decepcionou, tendo o vice-campeonato da K-League em 2008 como principal momento. Quando seu contrato terminou, em 2009, foi contratado para voltar ao futebol turco, onde permanece até hoje.
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