Para quem não me conhece, sou repórter do DFSportmais, e tive a oportunidade de entrevistar uma promessa do futebol feminino no final de 2020: a jogadora Giulia Giovanna, de apenas 17 anos, que já atua no profissional do Minas Brasília – equipe do DF que joga a Série A1 do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino.
Nessa entrevista ela conta um pouco do início dela no esporte, sobre o aumento do interesse pelo futebol feminino no Brasil, sua primeira convocação para a seleção brasileira sub-17, entre outros. Então, resolvi também compartilhar nosso papo aqui no Última Divisão, visando oportunidade e visibilidade para o futebol feminino. Confira a seguir:
Gabriel Albuquerque: Você é nascida no Distrito Federal e começou a jogar futebol com seis anos de idade, correto? Quando criança, você pensava em ser o quê? Ou desde sempre só pensava em ser jogadora de futebol?
Giulia Giovanna: Correto! Desde criança me via como jogadora de futebol, era o que eu amava/amo e, acredito, o que eu sabia fazer de melhor.
Gabriel Albuquerque: Fale mais sobre seu estilo de jogo. Sabemos que é uma atleta habilidosa que joga no meio-campo e gosta de marcar gols. Como você se definiria como jogadora?
Giulia Giovanna: Me definiria como uma jogadora de armação, gosto de buscar o jogo e articular, sendo participativa.
Gabriel Albuquerque: Sabemos que o futebol ainda é muito masculinizado no Brasil, inclusive, com a maioria das garotas começando a jogar com garotos, sendo no campo ou no futsal. Com você aconteceu da mesma forma? Como era quando você queria jogar?
Giulia Giovanna: Exato, comigo aconteceu da mesma forma. Até os meus 14 anos eu joguei futebol em escolinha, com os meninos. Nos jogos havia muito preconceito e muitos não me aceitavam dentro de campo, mas com o tempo isso foi ficando mais aceitável, porém, não totalmente.
Gabriel Albuquerque: Pegando esse gancho do futebol feminino. No Brasil nunca tivemos grandes divulgações e investimentos (comparado ao masculino). Podemos dizer que de uns três anos para cá começou um maior interesse. Inclusive com a Copa do Mundo sendo transmitida por outras grandes mídias. Por quais outros motivos você acha que se deve esse maior interesse do público pelo futebol feminino?
Giulia Giovanna: Acredito que isso se deve muito a nossa luta, que é diária. Muitas mulheres estão abraçando essa causa e cativando muitas pessoas, e essa luta caminha junto com a nossa evolução em aspectos físicos e táticos. Aos poucos vamos mostrar que o futebol feminino também é envolvente e bonito de se ver!
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Gabriel Albuquerque: Há dois anos você chegou ao Minas Brasília, já como destaque. Em 2019 jogou o Campeonato Brasileiro Sub-18 e o Campeonato Candango com somente 16 anos e terminou a competição com cinco gols marcados. Como foi essa primeira experiência de atuar em dois campeonatos difíceis e com tão pouca idade?
Giulia Giovanna: Na verdade, com 15 anos. Atuar no Brasileiro Sub-18 foi uma grande oportunidade, sentir um pouco do que é jogar em uma competição de alto rendimento. Certeza que esse fato me deu bagagem para atuar em outras competições, foi de grande proveito em relação a experiências. O Candangão (Campeonato Brasiliense) veio logo em seguida e me auxiliou nessa subida para o profissional do Minas, ao longo do que consegui mostrar nos jogos!
Gabriel Albuquerque: Agora vamos falar da amarelinha! A primeira convocação para a seleção brasileira sub-17 (em novembro de 2020). Primeiro, meus parabéns! Então, qual é a sensação de ter sido convocada? Aquele momento em que você viu seu nome na lista da seleção.
Giulia Giovanna: Eu não sei descrever o que sinto e senti. É algo único e inexplicável, afinal é um sonho realizado, ou melhor, que começa a se realizar. Tenho muitas ambições com essa camisa!
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Gabriel Albuquerque: E quais outras ambições você busca na carreira? Sonha em jogar em algum clube específico, atuar no exterior?
Giulia Giovanna: Busco ser uma atleta que inspira outras pessoas com o seu trabalho, quero conquistas e desafios! Atuar no exterior está sim nos meus planos e sonhos. Não tenho um clube específico, porém almejo fazer meu nome para estar em um bom clube de lá.
Gabriel Albuquerque: E para fechar. Qual jogador/jogadora você mais se inspira? Pode ser na forma de jogar ou apenas pessoal mesmo.
Giulia Giovanna: Gosto muito do estilo de jogo do Tony Kroos.
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