Nem sempre a gente lembra de todos os times defendidos por alguns grandes jogadores brasileiros. Alguns craques, aliás, acabam tendo poucas oportunidades em determinadas equipes com menor visibilidade, fato que acaba ofuscando parte de sua biografia. Pensando nisso, o Última Divisão resgata aqui 10 passagens pouco lembradas de atletas consagrados no futebol brasileiro durante as décadas de 1960 e 1970.
1. Dadá no Amazonas
Beija Flor, Helicoptero, Peito de Aço. Esses são apenas alguns dos apelidos que Dario José do Santos ganhou no futebol. Dadá Maravilha é ídolo do Atlético Mineiro e do Internacional de Porto Alegre. Mesmo assim, Dario jogou profissionalmente por 20 equipes de todas as regiões do Brasil. Em 1984, aos 39 anos, Dadá foi contratado pelo Nacional do Amazonas. Muita gente duvidou do artilheiro, mas o veterano conduziu a equipe ao título estadual daquela temporada.
2. Ídolo lusitano em Cotia
Enéas de Camargo marcou época no Canindé. Um dos atletas mais habilidosos a defender a Lusa, o meia foi o maestro da equipe rubro-verde nos anos 1970. O presidente Osvaldo Teixeira Duarte demorou muito tempo para vender Enéas. “Ele chamava atenção desde a época das divisões de base”, recorda o ex-volante Basílio que atuou na Portuguesa junto com o meia. “Quando o Pelé parou, nós estávamos com o melhor jogador daquela época no Brasil, que era o Enéas. Ele tinha uma personalidade forte e uma qualidade acima da média”, completa. Após uma passagem abreviada no Bologna da Itália, Enéas voltou para o Brasil para defender o Palmeiras. No último ano de sua carreira, a promessa lusitana defendeu a Central Brasileira da Cotia na terceira divisão paulista.
3. Picerni na Comendador Souza
Lateral-direito esforçado, Jair Picerni viveu a melhor fase da sua carreira como jogador em Campinas. No Guarani, o lateral atuou ao lado em um time de jovens valores como o volante Flamarion e o meia-atacante Washington Pelé. Transferindo-se para a Ponte, Picerni foi o atleta mais velho do elenco que foi vice-campeão paulista em 1977. O curioso é que Picerni não iniciou a sua carreira em Campinas. O técnico começou sua carreira profissional no Nacional, tradicional clube paulistano. “Eu fiz todas as divisões de base no Nacional Atlético Clube. Minha estreia foi na segunda divisão e creio que cheguei a atuar contra a Ponte que foi campeã do acesso em 1969”.
4. Jorginho no XV
Ídolo palmeirense nos anos 1980, o habilidoso Jorginho chegou a barrar Zico de algumas convocações da Seleção Brasileira. Mesmo assim, o meia não conquistou um título expressivo no Parque Antártica. Depois, acabou perambulando por Corinthians, Fluminense, Grêmio, Guarani e Santos. Em 1990, assinou contrato para defender o XV de Piracicaba na primeira divisão paulista, mas ficou pouco tempo no Nhô Quim. O meia chamou atenção de empresários japoneses e acabou sendo negociado com o Nagoya Grampus do Japão.
5. Rosan no Rio
Florivaldo Rosan é uma lenda do futebol do interior de São Paulo dos anos 1960. Viveu tempos de glória no Rio Preto, Ferroviária de Araraquara, Comercial, Prudentina e América de Rio Preto. Em 1960, Rosan foi convocado para a disputa do Campeonato Brasileiro de Seleções. O arqueiro era reserva do bicampeão mundial Gilmar dos Santos Neves na Seleção Paulista e passou por times grandes, embora seus melhores momentos tenham sido no interior. Em 1968, o goleiro foi contratado pelo América do Rio, sua única passagem pelo futebol carioca.
6. Capitão de 73 no Timão
O volante Ivan Manoel de Oliveira, o Badeco, é nome importante da história da Portuguesa de Desportos. Sabendo defender e jogar com toque de classe, o atleta era um homem de confiança do técnico Oto Glória. Tanto que Badeco era o capitão da Rubro-Verde na conquista do Campeonato Paulista de 1973 e permaneceu no clube por seis temporadas. Pouca gente sabe. Mas antes de chegar ao Canindé, o volante defendeu o Corinthians por dois amistosos em 1967.
7. Dicá em Araçatuba
Mestre Dicá é o maior ídolo da história da Ponte Preta. O eterno camisa 10 da Veterana comandou a agremiação nos vice-campeonatos paulistas de 1977, 79 e 81. Em 1985, alguns pecuaristas e usineiros da região de Araçatuba resolveram bancar o time local. O dinheiro trouxe Dicá e o experiente zagueiro Beto Fuscão (ex-Grêmio e Palmeiras). Mesmo assim, o Araçatuba permaneceu na segunda divisão estadual. O clube acabou perdendo o acesso para o Tanabi.
8. Furacão em Bauru
Um dos principais jogadores da conquista da Copa de 1970, Jairzinho, o Furacão do mundial do México atuou durante a maior parte da sua carreira no Botafogo e Cruzeiro. Em 1978, foi contratado pelo Noroeste de Bauru com alto salário e promessa de muitos gols. O Furacão ficou pouco tempo no interior de São Paulo. Mesmo assim, Jairzinho é lembrado como um dos maiores jogadores da história do Norusca.
9. Leiva no São Paulo
Depois de uma passagem marcante no futebol espanhol, o meia Leivinha atuou no São Paulo. Em 1979, o meia defendeu por três meses o Tricolor Paulista. Foram 11 jogos envergando a camisa do clube do Morumbi. Leiva acabou sofrendo uma contusão e teve de encerrar a carreira de jogador profissional com apenas 29 anos de idade.
10. Revelação interiorana no Corinthians
Volante e lateral, Wanderley Nonato, o Fogueira surgiu com destaque na Ferroviária nos anos 1960. O versátil atleta foi capitão do clube da Morada do Sol durante memoráveis campanhas da agremiação. Em 1970, o presidente corintiano Wadih Helu conseguiu trazer Fogueira para o Parque São Jorge. Revelação interiorana, o jogador não teve tantas chances no Corinthians. Fogueira fez apenas oito jogos no alvinegro e acabou sendo negociado com a Portuguesa.
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