É claro que a Copa São Paulo de futebol júnior tem grande relevância por dar chance para garotos do Brasil inteiro e revelar craques em potencial. Mas o Última Divisão prefere honrar o apelido carinhoso de “Copinha” e exaltá-la pelo lado alternativo e curioso.
Em primeiro lugar, a Copinha já chama atenção por causa do número enorme de participantes. Em 2015, tinha 104 times. Em 2016, já pulou para 128.
Então é claro que, entre tantos jogos, só poderia sair muitas histórias boas. A competição tem seus defeitos e de vez em quando aparece algo ruim, como a discriminação contra o Fast-AM neste ano. Mas na maioria das vezes os casos são divertidos e interessantes.
Veja 9 histórias da Copinha 2016 e motivos para ama-lá sempre:
9) Muitos, muitos gols…
Depois de um mês de abstinência de futebol brasileiro, a Copinha aparece para matar as saudades de uma vez por todas. Sempre acontece uma chuva de gols impressionante. Neste ano, só na fase de grupos, os jogadores balançaram a rede 514 vezes ao todo. A média é de 3,05 gols por jogo. O nível é baixo na 1ª fase? É. Mas quem se importa? Eu quero ver gol.
8) Muitos, muitos quilômetros
Quando começa o ano, já é tradição ver reportagens sobre os times que saem de muito longe e viajam, às vezes de ônibus, para chegar em São Paulo. Todo ano é a mesma coisa, mas nunca perde o charme ver uma história assim: o Galvez, representante do Acre, passou a virada do ano no aeroporto e até fez vídeo comemorando. Já o Sabiá-MA viajou de ônibus por 2.788 km, totalizando 57 horas na estrada. Haja vontade!
7) Muitas, muitas goleadas
Duas vezes o placar humilhante de DEZ a ZERO aconteceu nesta Copinha. O Coritiba começou sacudindo a União Barbarense. E depois o Fluminense detonou o Capivariano pelo mesmo placar. E mesmo assim os dois times goleados escaparam do título de pior time da Copinha. O Tiradentes-CE terminou com 0 ponto e -14 como saldo de gols. Ele foi goleado por 7 a 0 pelo São Paulo, que teve a melhor campanha da fase de grupos.
6) Muitas, muitas zebras
É praticamente impossível saber o que esperar da maioria dos times da Copinha. Mas é obrigação dos times grandes passarem da fase de grupos, ainda mais agora que dois se classificam. Mas mesmo assim equipes da Série A do Campeonato Brasileiro “conseguiram” ficar fora.
O pior vexame foi do Atlético-MG, eliminado por Araxá e Desportiva Paraense. Mas Chapecoense e Santa Cruz, mesmo na elite do futebol brasileiro, também fizeram feio. Os algozes nos casos deles foram Juventude, Tanabi, Vila Nova e Mirassol. É muita zebra pra continuar passeando nessa Copinha! Vai ser até difícil escolher para qual torcer daqui pra frente.
Vale lembrar que algumas zebras já foram até campeães. No ano passado, o Última Divisão inclusive resgatou a obscura história do Roma Barueri, campeão em em 2001.
5) Parceria inusitada
Assim que o Guaicurus-MS estreou na Copinha, já chamou atenção por causa do uniforme. Destacamos no Twitter do site que ele parecia com a roupa do Marítimo, de Portugal, e os leitores nos contaram sobre essa parceria inusitada. Os europeus pagam pelos salários e podem oferecer contratos para as revelações que se destacarem. Tudo indica que pelo menos 3 jogadores já vão receber propostas. Do Mato Grosso do Sul para o mundo em apenas uma Copinha!
4) Lances bizarros dos jogadores
Logo que começou, a Copinha já teve uma jogada bastante bizarra, favorita a pior da competição. Foi um gol contra de Bruno Prates, do União ABC, naquele tipo de lance que o defensor parece mais um centroavante adversário.
E um momento ainda mais engraçado aconteceu no bom jogo entre Desportivo Brasil e Porto-PE, em que os atletas do clube paulista fizeram um gol, ficaram dançando e não viram o time adversário sair rápido e também fazer um gol.
https://www.facebook.com/Globoesportecom/videos/10153813995760409/
Mas os lances bizarros não pararam por aí. Teve jogador chutando a bola na cabeça do juiz, escorregão, cagada ensaiada… O Sportv fez uma boa compilação dessas jogadas. Veja aqui.
3) Lances bizarros de todo mundo
Não foram só os jogadores que erraram de maneira engraçada na Copinha. Até um maqueiro fez uma trapalhada no jogo entre Cruzeiro e Comercial-SP, pois deixou um atleta cair em vez de carregá-lo para fora do campo.
2) Nomes bizarros
O uso de apelidos é cada vez menos comum no futebol. Inclusive já publicamos um texto que protesta contra isso, “Eu não quero que meu filho tenha um heroi chamado Lucas Possignolo”. Mas de nada adianta reclamar: times e imprensa continuam a evitar os apelidos e chamam os atletas por nomes compostos terríveis. Um narrador do Sportv passou um jogo inteiro chamando um jogador de “Diego Felipe, mais conhecido como Dentinho”. Oras, se todo mundo chama ele de Dentinho, por que não usar o apelido na transmissão também?
Dito isso, é melhor destacar os apelidos sensacionais que ainda resistem na Copinha 2016, como Foguete, Capacete, Senegal, Goteira, Cereja, Chiclete e Tião (que se chama Mateus). E ainda teve um apelido que eu nunca tinha visto: Gatorade, do Atibaia.
Olha o golaço do Goteira, do Primavera-SP:
1) Maior pérola
Nada mais alternativo do que ver uma equipe do Haiti disputar a Copa São Paulo. Mas não foi qualquer time. Logo na tradicional Rua Javari, o Pérolas Negras mostrou ser muito carismático e conquistou a torcida paulista. Era um time inteiro de histórias bonitas, basta ver as publicações da página SP Invisível para ter uma ideia. Os jogadores estavam encantados pela chance de jogar no Brasil e cheios de dedicação em campo.
O time perdeu os 3 jogos, fez apenas 2 gols (um deles marcado por Bebeto!), mas quem se importa? O importante é o Pérolas Negras continuar a resgatar e sustentar garotos no Haiti, dar educação e oportunidades para eles e, quem sabe, voltar sempre ao Brasil. Serão muito bem-vindos!
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