Enquanto a Copa do Mundo rolava, torcedores do mundo todo já sabiam: alguns dos principais campeonatos nacionais começariam depois dela com alguns desfalques de peso. Ao fim da temporada 2013/2014, países como Alemanha, Argentina, Espanha, Grécia, Itália e Rússia viram as quedas de equipes tradicionais – não raro, até para a terceira divisão.
Se você pensa que rebaixamento de equipe tradicional é exclusividade do Campeonato Brasileiro, vale a pena acompanhar a lista abaixo. Sabe o Bologna? Caiu. O Anzhi Makhachkala? Também caiu. O Real Bétis, o Argentinos Junior e o Sochaux? Foram todos rebaixados.
Em uma breve pesquisa, este blog listou 20 clubes tradicionais que tiveram motivos de sobra para chorar no final do primeiro semestre – o que daria um campeonato de peso. A relação tem campeão continental, campeões nacionais…
Confira abaixo a lista de quem caiu no final do primeiro semestre:
Anzhi Makhachkala (Campeonato Russo)
Acabou a dinheirama no Daguestão. Diante da decisão de reduzir os investimentos no clube, tomada pelo dono do clube em agosto de 2013, o Anzhi não demorou para ver seu poderio diminuir – Eto’o, Jucilei, Willian, Zhirkov, Denisov, Kokorin, Lass Diarra e Traoré, entre outros, deixaram o clube. Na temporada 2013/2014, o time foi lanterna na Rússia, com 20 pontos – o Volga Nizhny Novgorod, com 21, também caiu.
Argentinos Juniors (Campeonato Argentino)
O Torneo Final da Primera División coroou o River Plate como campeão, mas selou o rebaixamento de outra equipe tradicional: o Argentinos Junior. Campeão da Copa Libertadores da América de 1985, o primeiro clube profissional de Diego Maradona foi vice-lanterna da competição, e acabou punido com a péssima média do “promedio”: com 1.105 pontos, caiu ao lado do All Boys (1.158 pontos) para a Primera B. Na reperscagem, o Colón perdeu para o Atlético Rafaela e também caiu.
Aris FC (Campeonato Grego)
Um dos clubes mais tradicionais da Grécia, o Aris FC foi rebaixado pela terceira vez nos últimos 20 anos – o mesmo já havia acontecido em 1997 e 2005. A equipe de Salônica não vence o título da primeira divisão desde a temporada 1945/1946. O Apollon Smyrni também caiu. O Skoda Xanthi se salvou nos playoffs.
Arminia Bielefeld (segunda divisão alemã)
Lanterna do Campeonato Alemão na temporada 2008/2009, o Arminia Bielefeld se acostumou aos rebaixamentos nos últimos anos. A equipe foi promovida da terceira divisão (3. Bundesliga) na temporada 2012/2013, mas foi apenas a 16º colocada da segunda divisão (2. Bundesliga) na temporada 2013/2014, dentre os 18 times na disputa. “Classificada” para os playoffs de rebaixamento, levou a pior nos jogos contra o Darmstadt 98 – terceiro colocado da terceira divisão, que foi promovido.
Atlante (Campeonato Mexicano)
Campeão da Concacaf Champions League em 2009, o Atlante foi o representante das Américas Central e do Norte no Mundial de Clubes daquele ano. Cinco anos depois, o time não resistiu às sucessivas más campanhas e acabou rebaixado à Liga Ascenso diante do “promedio”.
Aurora (Campeonato Boliviano)
OK, o Aurora nunca foi uma potência do futebol boliviano, mas andou incomodando nos últimos anos. Em 2008, foi campeão do Clausura local, participando inclusive de torneios continentais – em 2009, por exemplo, foi adversário do Grêmio na fase de grupos da Copa Libertadores da América. Em 2014, perdeu para o Oriente Petrolero nos playoffs de repescagem e caiu, assim como o Guabirá.
Bologna (Campeonato Italiano)
O time que já foi chamado de Squadrone che tremare il mondo fa, ou “esquadra que faz tremer o mundo”, hoje não coloca medo em ninguém. Embora contasse com nomes conhecidos na temporada 2013/2014, como Roberto Acquafresca, Ibson e Panagiotes Kone, foi rebaixado com 29 pontos em 38 jogos. Catania (32 pontos) e Livorno (25 pontos) também caíram.
Dynamo Dresden (segunda divisão alemã)
Considerado um dos principais clubes da antiga Alemanha Oriental, o Dynamo Dresden escapou do rebaixamento para a terceira divisão na temporada 2012/2013 ao vencer o playoff contra o Osnabruck por 2 a 1 no placar agregado. Desta vez, não teve a mesma sorte: foi vice-lanterna da 2. Bundesliga, com 32 pontos, e caiu direto.
FC Energie Cottbus (segunda divisão alemã)
Talvez nenhum campeonato no mundo tenha rebaixado tantos times conhecidos como a 2. Bundesliga. Fora da elite da Alemanha desde a temporada 2009/2010, o time de Cottbus disputará a terceira divisão local pela primeira vez desde a temporada 1996/1997. A queda na temporada 2012/2013 sela uma “tradição” no clube, que não consegue permanecer mais de três anos na mesma divisão desde a década de 90.
Everton (Campeonato Chileno)
Com 57 participações na primeira divisão do Campeonato Chileno nos últimos 68 anos, o centenário clube de Viña del Mar está de volta à Primera B, a segunda divisão do Chile. Na somatória dos pontos do Apertura 2013 e do Clausura 2014, o Everton contabilizou apenas 35 pontos, com a segunda pior campanha dentre os 18 times do certame. O Rangers, com 31, também não escapou da degola.
Fulham (Campeonato Inglês)
Vice-campeão da Liga Europa na temporada 2009/2010, o simpático time londrino sucumbiu ao rebaixamento para a segunda divisão inglesa. Com 32 pontos em 38 jogos, foi vice-lanterna da Premier League, à frente apenas do Cardiff (30 pontos). O Norwich City (33 pontos) também caiu.
Heart of Midlothian (Campeonato Escocês)
Embora não seja um dos gigantes do futebol escocês, trata-se do time que historicamente disputa o posto de “terceira força”, ao lado de Aberdeen e Hibernian, atrás de Celtic e Rangers. Em 2014, terminou o Campeonato Escocês com 23 pontos em 38 jogos, bem distante do penúltimo colocado – justamente o Hibernian, com 35 pontos, também rebaixado.
Hércules (segunda divisão espanhola)
Não é nenhuma potência, é claro. Mas você se lembra quando o Hércules esteve na primeira divisão do Campeonato Espanhol, na temporada 2010/2011? Do time que tinha David Trezeguet, Nelson Haedo Valdez e Royston Drenthe? Pois é, o time vive vacas magras. Na temporada 2013/2014, foi o lanterna da segunda divisão espanhola, com 45 pontos em 42 jogos. Foi rebaixado para a Segunda Divisão B, ao lado de Real Jaén (48), Real Madrid Castilla (49) e Mirandés (50).
FC Nürnberg (Campeonato Alemão)
O Nürnberg é um daqueles times que a gente se acostumou a ver subindo e descendo – nos últimos 20 anos, foram 10 trocas de divisão. A equipe estava na elite alemã desde a temporada 2009/2010, conquistando o sexto lugar na temporada 2010/2011, mas não resistiu e foi rebaixada nesta temporada com 26 pontos, à frente do Eintracht Braunschweig (25 pontos). O Hamburgo (27) foi para os playoffs, mas escapou de sua primeira queda em toda a história.
Padova (segunda divisão italiana)
Se você era um daqueles fãs do Campeonato Italiano da década de 90, lembra-se bem do Padova. Pois bem: o time andou oscilando entre diversas divisões nos últimos anos, e até chegou a flertar com a Série A na temporada 2010/2011, quando perdeu a promoção nos playoffs. Neste ano, caiu para a terceira divisão com 38 pontos, à frente dos também rebaixados Reggina (26) e Juve Stabia (19).
Poli Timisoara (Campeonato Romeno)
O Politehnica Timisoara foi uma das surpresas da Liga dos Campeões da Europa na temporada 2009/2010, eliminando o Shakhtar Donetsk nas fases pré-qualificatórias e endurecendo a situação para o Stuttgart, que chegou à fase de grupos. Fechado em 2012 e refundado como Poli Timisoara, o time chegou à elite romena em 2013, mas ficou apenas uma temporada na primeira divisão. Não será fácil voltar a ser protagonista.
Real Bétis (Campeonato Espanhol)
Na segunda metade da década de 90, o Real Bétis viveu um período de sonhos para o torcedor sevilhano: além de ter ficado entre os quatro melhores colocados do Campeonato Espanhol em duas ocasiões (1994/1995 e 1996/1997), foi vice-campeão da Copa do Rei em 1997. Em 1998, transformou Denílson – então no São Paulo – no jogador mais caro da história. Hoje, longe da bonança financeira de outrora, curte a fossa de ter terminado a última edição do Espanhol como lanterna, somando míseros 25 pontos, enquanto o arquirrival Sevilla comemora a conquista da Liga Europa. Osasuna (39) e Valladolid (36) também caíram.
Roda JC (Campeonato Holandês)
Embora não seja o time mais vitorioso da Holanda (longe disso), o simpático Roda JC jamais havia sido rebaixado desde estreou na primeira divisão, na temporada 1973/1974. O grande momento do time, lanterna do Campeonato Holandês 2013/2014, foi na década de 90: além do vice-campeonato da temporada 1994/1995, foi ainda campeão da Copa da Holanda em 1997 e em 2000. NEC e RKC Waalwijk também foram rebaixados nos playoffs.
Sigma Olomouc (Campeonato Checo)
Desde que a Associação de Futebol da República Checa passou a organizar um campeonato nacional a dissolução da Checoslováquia, o Sigma Olomouc jamais havia sido rebaixado. Um dos participantes da elite local desde 1993, o time foi vice-campeão nacional em 1996 e ficou em terceiro em três ocasiões (1998, 2001 e 2004). No entanto, a equipe não resistiu na temporada 2013/2014: foi o 15º colocado do torneio, que conta com 16 clubes, e caiu ao lado de Znojmo.
Sochaux (Campeonato Francês)
O FC Sochaux-Montbéliard teve papel de destaque na última década, conquistando a Copa da Liga Francesa em 2004 e a Copa da França em 2007, além de ter sido quinto colocado do Campeonato Francês em três temporadas (2002/2003, 2003/2004 e 2010/2011). Na temporada 2013/2014, foi o 18º colocado com 40 pontos, caindo junto de Valenciennes (29) e Ajaccio (23).
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