Já virou comum em São Paulo ver torcidas organizadas de futebol criarem escolas de samba. Tem Gaviões da Fiel, Mancha Verde, Dragões da Real, etc… Mas o contrário também existe: a Vai-Vai, maior escola de samba de São Paulo, criou um time de futebol que disputou a primeira edição da Taça Paulista.
A campanha na primeira fase impressionou: foram 13 vitórias e 3 empates. Superou até o União Suzano (Usac), que já foi profissional e campeão da 4ª divisão estadual. A bela trajetória da Vai-Vai no torneio só foi interrompida na semi-final, após ser eliminada pelo Raça Sport Clube de Hortolândia.
A Taça Paulista é uma competição amadora organizada pela advogada Gislane Nunes, aquela que já tratou de diversos casos polêmicos do futebol brasileiro. É uma competição criada pela Liga Paulista, que busca dar atividade a times que estão na beira do profissionalismo. Alguns estão em decadência, mas outros estão surgindo e evoluindo agora.
O Vai-Vai se enquadra nesse segundo caso e tem crescido rapidamente. Começou a se envolver em competições amadoras em 2008 e aos poucos amadureceu a ideia de ter um time. Hoje em dia, segundo a ESPN, gasta cerca de R$ 60 mil mensais com o departamento de futebol e cogita a ideia de virar profissional. A própria escola de samba e a empresa Sincoplastic investem no clube. Academias e restaurantes da Bela Vista ajudam também. Os jogadores treinam em pequenos campos municipais e disputam partidas nos estádios pouco utilizados de São Paulo, como o Euclides da Cunha e o Nicolau Alayon, e até um em São Bernardo do Campo, o Baetão.
E esse projeto não surgiu do nada. Existe até uma tradição que remete às origens da escola de samba: por volta de 1928, a Vai-Vai foi fundada por membros expulsos de um antigo time de futebol, o Cai-Cai. Com esse nome não dava para o time ir longe mesmo. Mas a escola de samba deu certo e, com o nome Vai-Vai, dá para acreditar que essa história vai vai mais longe.
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