Sonhar não custa nada. A frase é um velho clichê, mas deve fazer sentido para os times brasileiros. Afinal, diversos jogadores de fama internacional já foram objeto de desejo dos principais clubes do País. Maradona, Batistuta, Figo, Riquelme e Del Piero estão entre os nomes que já foram especulados no disse-me-disse do mercado do futebol nacional.
Muitos boatos viraram lenda e, quando se ouve uma boa lenda, o importante é passá-la adiante, para que ela não fique presa no passado e sobreviva no futuro. É isso que o Última Divisão tenta fazer com a lista a seguir:
Diego Maradona na Portuguesa (1975)
O argentino dispensa apresentação. Apesar dele não ser melhor que Pelé, os torcedores da Lusa podem lamentar não terem contado com “El Diez” no passado. Um dos primeiros empresários do futebol brasileiro, Juan Figer, teria oferecido o jogador à diretoria, que achou que não valeria a pena investir 300 mil dólares em um jovem de 15 anos. Essa lenda foi contada inicialmente por Mauro Teixeira, no jornal Folha de S. Paulo, de 21 de agosto de 1990.
Diego Maradona no Santos (1998)
Aqui “El Pibe de Oro” já tinha passado por todas as grandes dificuldades de sua vida e nem tinha superado-as por completo. Então ele veio ao Brasil para encontrar com Careca, seu amigo dos tempos de Napoli. Pelé o achou por aqui e quis ajudá-lo, tentando levá-lo para jogar no Peixe. Problemas salariais atrapalharam, mas também há quem diga que Émerson Leão, técnico do time à época, vetou a contratação. Lendas costumam ter mais de uma versão.
Paulo Futre na Portuguesa (1998)
O português, que já foi considerado o segundo melhor jogador da Europa, foi contratado pela Federação Paulista de Futebol para ser uma atração do Campeonato Paulista. Foi decidido que ele seria repassado à Lusa, mas não houve acerto financeiro. Durante a mesma época, o sueco Thomas Brolin também chegou a ser especulado como outra opção internacional, mas também virou lenda.
Gabriel Batistuta no Flamengo (1999)
O maior goleador da história da Seleção Argentina já foi uma promessa da diretoria do Rubro-Negro. Isso porque a ISL garantiu um investimento pesado no time. Só que o centroavante foi para a Roma, viveu mais momentos de glória e, enquanto isso, o Fla anunciou Tuta para usar a camisa 9, o que só rendeu motivo para piadas.
Michel Preud’homme no Fluminense (1999)
O goleiro belga, considerado um dos melhores da história em sua posição, chegou a ser anunciado oficialmente. Ele estava só na reserva do Benfica e viria para encerrar sua carreira de forma digna. Ainda traria junto o italiano Nicola Berti. Preud’homme chegou a estar nas Laranjeiras para ser apresentado, mas foi chamado para voltar a Portugal e nunca vestiu a camisa do Flu.
Luís Figo no São Paulo (2005)
O português, que já tinha sido eleito o melhor jogador do mundo em 2001, estava de saída do Real Madrid após o fim da primeira era galática. Émerson Leão, técnico do tricolor paulista à época, resolveu pedir a contratação para o presidente do clube, Marcelo Portugal Gouvêa. Há quem garanta que as negociações de fato aconteceram, mas o meia preferiu acertar sua transferência para a Inter de Milão.
Roberto Baggio, Gianluca Pagliuca e Alessandro Del Piero no Guarani (2006)
O boato foi plantado por causa de um golpe aplicado contra o Bugre. Nico Nicoletti, um suposto italiano, criou uma parceria entre a empresa Turbo System SLR e o time. Ele prometeu trazer os já veteranos atletas para jogar no time campineiro e assim promover o que seria um grande acordo. O problema é que Nico, na verdade, era brasileiro, já tinha um passado sujo e tudo não passou de uma armação, que ainda levou o Guarani a ser rebaixado posteriormente.
Edgar Davids no Náutico (2009)
O holandês naturalizado (nascido no Suriname) ficou sem contrato após sair do Ajax e sempre disse que pretendia encerrar sua carreira no Brasil. Após atuar por Milan, Juventus, Barcelona e outros grandes times da Europa, a vontade do volante era jogar no Flamengo, que o recusou. A partir daí, ele passou a tentar outros times, como o Coritiba, mas quase foi parar mesmo em Pernambuco. Faltaram apenas detalhes para o sonho do Timbu virar realidade.
Hernán Crespo no Goiás (2009)
Encostado na Inter de Milão, o centroavante argentino, que já foi eleito um dos 100 melhores jogadores de todos os tempos pela FIFA, quase encerrou sua carreira no Brasil. Ele foi oferecido ao time esmeraldino, que o recusou por causa dos altos salários pedidos. O Corinthians ainda teria se interessado pelo atacante também, mas tudo não passou de especulação.
Román Riquelme no Fluminense, no Corinthians e no Palmeiras
O argentino já causou muito barulho em vão no Brasil. Em 2008, por exemplo, o tricolor das Laranjeiras ia disputar a Copa Libertadores e queria montar um super time, com o investimento cada vez maior da Unimed. O argentino foi especulado, mas acabou no Boca Juniors, time que o revelou. Em 2009, foi a vez do Corinthians desejar um time forte para a Libertadores e sonhar com Riquelme também. O meia não veio, e os contratados para a sua posição foram Danilo, ex-São Paulo e Tcheco, ex-Grêmio. Já no final de 2012 foi o rival do Corinthians que se interessou pelo meia. O presidente na época, Arnaldo Tirone, chegou a oferecer grandes valores para ele. Porém, a eleição da nova diretoria, comandada por Paulo Nobre, vetou a contratação imediatamente, assustada com os valores propostos pela gestão anterior.
Clarence Seedorf no Flamengo (2009)
Quando o meia ainda estava atuando em grande nível pelo Milan, começou a dizer que torcia pelo Flamengo e animou torcedores e diretoria para um possível acerto no futuro. De fato ele sempre teve interesse em jogar no Brasil, mas foi o Botafogo que teve mais competência nas negociações, em junho de 2012.
Christian Vieri no Botafogo-SP e no Boavista (2010)
O Botafogo-SP pretendia trazer Christian Vieri para disputar o Campeonato Paulista de 2010. O atacante italiano tem um currículo expressivo e confirmou que as negociações aconteceram. Mas ele não fez os exames médicos necessários e tudo não passou de um sonho. Depois, o Boavista se animou com a ideia, fez contato com Vieri e conseguiu contratá-lo. Mas ele saiu do time sem jogar e nem dar uma explicação convincente para isso.
Andriy Shevchenko no Santo André (2010)
Essa história não passou de uma grande trollagem. Tudo começou com uma brincadeira de final de ano que se espalhou via Twitter. Segundo o boato, um grupo de empresários estaria interessado em trazer o ucraniano para o futebol brasileiro e o clube escolhido era o Santo André, que na época tinha caído para a série C. Consultado sobre o assunto, o então dirigente do Ramalhão demonstrou surpresa e até ironizou: “Olha, somente se o Papai Noel estiver preparando um presentão de Natal para o Santo André mesmo. Seria extraordinário contar com um jogador deste nível aqui, mas posso garantir que não chegou nada referente a isso até a mim.”
Adrian Mutu e Vicenzo Iaquinta no Vasco (2012)
É uma lenda que tem um grande culpado: Franck Assunção foi anunciado como diretor executivo do Vasco no primeiro semestre de 2012, mas logo provou ser uma farsa – mentiu sobre suas passagens por times italianos, por exemplo. Assim que assumiu, ele ficou por um longo tempo na Europa, de onde plantou algumas lendas, como as contratações de Mutu e Iaquinta. Porém, isso foi negado no Brasil e rapidamente ele foi demitido, já que virou alvo de ironias nos bastidores do clube.
Alessandro Del Piero no Flamengo (2012)
Atualmente o italiano joga no Sidney, mas antes de ir parar na Austrália, ele cogitou jogar nos Estados Unidos, no Japão e… no Brasil! Del Piero já admitiu que, em 2012, fez contato com o Flamengo, mas escolheu o Sidney “por motivos específicos”, que não quis explicar. Agora seu contrato na Austrália está no fim e novamente ele pode gerar boatos por aqui.
Florent Malouda em 5 times brasileiros (2012)
Tudo começou quando Malouda disse que, desde a infância, sonhava em jogar futebol no Brasil. Os clubes do País cresceram o olho no meia, que estava em baixa no Chelsea, mas ainda recebia um alto salário. Palmeiras, Vasco, Santos, Corinthians e Atlético-MG foram especulados como possíveis destinos do francês, mas nenhuma negociação avançou.
Mario Balotelli no Flamengo (2014)
A notícia sempre pareceu absurda, já que Balotelli é um dos principais e mais caros atacantes do mundo. Mas a lenda foi divulgada por grandes veículos, como a Rádio Globo e o canal Fox. Foi dito que a Adidas montaria uma operação junto com uma empresa do ramo alimentício para ter o jogador após a Copa do Mundo de 2014. A diretoria negou veementemente a informação e fez a lenda virar piadas e memes.
Andrea Pirlo no Palmeiras (2014)
Em busca de um grande nome para comemorar o centenário, o Palmeiras teria sondado o volante, porque seu contrato com a Juventus estava no fim. Mas o clube não conseguiu o difícil acerto com ele, nem com a segunda opção – o centroavante Luca Toni.
Anelka no Atlético-MG (2014)
O atacante francês chegou a ser anunciado de forma oficial pelo presidente do Galo na época, Alexandre Kalil. Mas ele nunca reforçou o time, que virou alvo de muitas piadas. Enquanto Anelka foi para o futebol da Índia e jogou pelo Mumbai City, o Atlético-MG foi campeão da Copa do Brasil.
Didier Drogba no Corinthians (2017)
O Timão abriu negociações com o marfinense, o que empolgou a torcida e gerou grande expectativa. Mas na prática não houve acordo. O curioso é que o clube divulgou um comunicado para agradecer o atacante por ter aceitado negociar com o clube paulista. “Valeu, Drogba”.
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