Foram 28 anos longe da elite do Campeonato Brasileiro. Mas os anos de agonia passaram e o Joinville Esporte Clube está de volta a Série A — e com a pompa e a responsabilidade de ser o atual campeão da divisão de acesso.
A conquista da Série B no ano passado, aliás, é o tema central do livro-reportagem O Céu é o Limite, escrito pelo jornalista Gabriel Fronzi e lançado agora de forma independente.
Editor de esportes da rádio 89 FM de Joinville, o autor acompanha os bastidores do clube catarinense desde 2010. Ele conversou com o Última Divisão sobre o livro e o atual momento do JEC:
Última Divisão: Como surgiu a ideia de escrever esse livro?
Gabriel Fronzi: Eu acompanho o dia a dia e as movimentações de bastidores do clube desde 2010. A ideia do livro surgiu pura e exclusivamente como uma forma de registrar esse momento único. Eu não planejava o livro, até por isso não comecei escrevendo desde a primeira rodada. Eu vi que as coisas foram acontecendo e senti a necessidade de traduzir a historia para um relato jornalístico. Consegui fazer isso com os últimos 80 dias antes do título.
UD: Quais foram as principais dificuldades na elaboração da obra?
GF: Tempo. Infelizmente não pude parar só para escrever o livro. As viagens, os compromissos profissionais e familiares (cheguei a escrever parte do livro durante a minha lua de mel!) atrapalharam um pouco, mas não tiraram o brilho da obra. O fato de eu estar todos os dias no clube contribuiu para as entrevistas e informações.
UD: Na sua opinião, quais foram os fatores principais para o acesso?
GF: A mentalidade vencedora e a organização. O JEC não se deixou levar pelos pequenos problemas e seguiu forte na busca de seu objetivo. Tinha um grande jogador no início do campeonato, o Wellington Saci. Ele se machucou. Depois, o Jael assumiu o papel de protagonista e também se machucou. Aí o Edigar Júnio fez a diferença e o JEC conseguiu chegar ao seu objetivo.
UD: Qual a importância desse título para o JEC?
GF: Voltar à Série A após 28 anos é algo histórico, não tem como negar. O acesso sempre foi o principal objetivo, porém o título se tornou algo possível de alcançar. Com o caneco, o Joinville volta ao hall das principais equipes do cenário nacional e, com toda certeza, vai aprender muito. O ano de 2015 será de muita aprendizagem para o JEC.
UD: Quais foram os jogadores de maior destaque durante a competição?
GF: Ivan, Bruno Aguiar, Jael, Naldo, Marcelo Costa e Edigar Júnio.
UD: Em 2015, Santa Catarina terá quatro representantes na Série A. Para você, o que possibilitou esse bom momento do futebol estadual?
GF: O principal é a organização. Os clubes se organizaram e não tem forças externas para atrapalhar o planejamento. Dessa maneira, conseguimos que o estado esteja representado por quatro equipes na divisão de elite do Campeonato Brasileiro.
UD: Quais são os principais desafios do Joinville na Série A?
GF: Manter-se na Série A. O orçamento é extremamente reduzido em comparação aos principais clubes do cenário nacional. A missão do JEC é novamente fazer um bom papel nos jogos em casa e tentar se segurar nos jogos fora. A luta contra o rebaixamento será uma constante.
UD: Você acredita que o time possa se manter na elite?
GF: Sim, acredito que tenha totais condições, mas será sofrido.
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